Hillary Clinton: a secretária de Estado americana afirmou, em visita à África do Sul, que a comunidade internacional deve se preparar para uma Síria sem o presidente Bashar al Assad (Jewel Samad/AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de agosto de 2012 às 17h11.
Nairóbi - A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou nesta terça-feira na África do Sul que a comunidade internacional deve ir se preparando para uma Síria sem o presidente Bashar al Assad, além de condenar a morte de civis no conflito.
Hillary afirmou que o mundo deveria ter um plano para "o dia em que acabar o derramamento de sangue e começar a transição política", apesar de ter recusado arriscar uma data para a possível queda do regime sírio.
A chefe da diplomacia americana fez essas declarações em Pretória durante uma entrevista coletiva conjunta com a ministra de Relações Internacionais sul-africana, Maite Nkoana-Mashabane, informou a televisão pública do país africano, "SABC".
No segundo dos três dias de visita à África do Sul, Hillary reprovou também a morte de civis no conflito e fez uma advertência a quem quer tirar proveito da violência síria do exterior.
"Quem tenta explorar a situação para enviar representantes ou combatentes terroristas deve saber que isso não será tolerado", disse a secretária de Estado, sem definir se se referia a um grupo ou a um país concreto.
Por sua vez, a ministra sul-africana ressaltou que não se pode permitir que o conflito se transforme em uma guerra sectária, já que "nenhum derramamento de sangue trará a paz".
Apesar das duas representantes tratarem do tema da crise síria, a África do Sul, atualmente membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU, se absteve no mês passado na votação de um projeto de resolução, impulsionado pelos EUA e países europeus, que ameaçava impor sanções ao regime de Assad.
Hillary e a ministra sul-africana presidiram hoje a segunda reunião do fórum "Diálogo Estratégico EUA-África do Sul", na qual concordaram em reforçar a cooperação bilateral em questões como o comércio, a luta contra a aids ou a segurança alimentar como requisito para o crescimento econômico em África Subsaariana.