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'Deus, eu te amo': as últimas palavras de papa Bento XVI

"Foram as suas últimas palavras compreensíveis, porque sucessivamente não foi mais capaz de se expressar", afirmou o bispo Georg Gänswein

Bento XVI (esquerda) e papa Francisco: últimas palavras do papa emérito foram escutadas por enfermeiro, segundo Vaticano (AFP/AFP)

Bento XVI (esquerda) e papa Francisco: últimas palavras do papa emérito foram escutadas por enfermeiro, segundo Vaticano (AFP/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de janeiro de 2023 às 08h55.

O Vaticano divulgou neste domingo, 1º, quais foram as últimas palavras do papa emérito Bento XVI, que morreu no sábado. O enfermeiro afirma ter ouvido o pontífice dizer, por volta das três horas da madrugada do sábado, "Deus, eu te amo". De acordo com o relato, a frase foi proferida em italiano, com um fio de voz, porém audível.

"Foram as suas últimas palavras compreensíveis, porque sucessivamente não foi mais capaz de se expressar", afirmou o bispo Georg Gänswein, secretário do papa aposentado. Naquele momento, o enfermeiro estava sozinho com Bento XVI, que morreu às 9h34 do dia 31, no horário da Itália.

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A Santa Sé publicou um testamento espiritual de Joseph Ratzinger redigido em 29 de agosto de 2006, em que o religioso pede, entre outros pontos, "de coração, perdão a quem ele possa ter prejudicado ao longo da sua vida".

Em fevereiro deste ano, um relatório independente alemão acusou Bento de inação diante dos abusos cometidos no arcebispado de Munique no período em que Ratzinger foi arcebispo, entre 1977 e 1982. Em resposta, três dias depois, ele afirmou que nunca encobriu casos do tipo quando tinha "importantes responsabilidades na Igreja Católica".

Seu papado - que durou de 2005 até 2013, quando renunciou e foi sucedido por Francisco - também foi marcado por denúncias de abuso sexual cometidos por clérigos. Esses escândalos elevaram a pressão sobre a Igreja Católica. Bento XVI foi o primeiro ocupante do trono de São Pedro a deixar o cargo em quase 600 anos.

Como será o velório do papa emérito?

O Papa Francisco rezou ontem em homenagem a Bento XVI, e novamente expressou gratidão por uma vida de serviços de seu antecessor à Igreja Católica, um dia após a morte do papa emérito. A Basílica de São Pedro, no Vaticano, receberá o caixão de Bento XVI a partir de hoje. Espera-se que milhares de fiéis compareçam para prestar homenagens em um rito de despedida que terá duração de três dias.

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O pontífice emérito morreu na manhã de sábado, aos 95 anos, no Mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano. Neste domingo, o corpo de Bento estava sobre um caixão cor de vinho na capela do mosteiro, vestido com uma mitra, e uma vestimenta vermelha semelhante a um manto. Um rosário foi colocado em sua mão. Atrás dele, visível em fotos divulgadas pela Santa Sé, estava o altar da capela e uma árvore de Natal decorada.

O corpo de Bento XVI ficará exposto em na capela da Basílica de São Pedro a partir da manhã de hoje para que os fiéis possam se despedir. A basílica ficará aberta por dez horas, mas esse período aumentará na terça e na quarta-feira, para que os fiéis possam homenageaar o papa falecido.

Na quinta-feira, 5, pela manhã, Francisco presidirá o funeral na Praça de São Pedro, na presença de fiéis e delegações oficiais da Itália e do país de origem de Bento XVI, a Alemanha. Em seguida, o corpo do pontífice emérito será sepultado na cripta sob a Basílica de São Pedro, onde muitos outros papas também estão sepultados. A intenção é de que a despedida seja solene mas sóbria, respeitando o desejo expresso pelo próprio Bento XVI.

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