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Detectados no mar sons das caixas-pretas de avião da AirAsia

Caixas-pretas emitem sinais acústicos que, em geral, podem ser detectados até 30 dias após o acidente

Um helicóptero de resgate se prepara para pousar em uma embarcação indonésia durante as operações de busca dos destroços do avião da AirAsia (Adek Berry/AFP)

Um helicóptero de resgate se prepara para pousar em uma embarcação indonésia durante as operações de busca dos destroços do avião da AirAsia (Adek Berry/AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2015 às 08h21.

Pangkalan - Os equipamentos de busca dos destroços do avião da AirAsia que caiu no mar na Indonésia no dia 28 de dezembro detectaram nesta sexta-feira sons procedentes das caixas-pretas, que contêm os dados de voo, anunciou uma autoridade indonésia.

"Um barco detectou os sons. Os mergulhadores tentam recuperar" as caixas-pretas, declarou à AFP S.B. Supriyadi, um dos responsáveis pelas operações no mar de Java.

"A localização dos sons se situa perto da região onde a cauda do avião foi encontrada" na quarta-feira, acrescentou.

As operações são realizadas a partir de Pangkalan Bun, a cidade com aeroporto mais próxima da zona de buscas, e contam com a participação de vários países.

As caixas-pretas emitem sinais acústicos que, em geral, podem ser detectados até 30 dias após o acidente.

As autoridades indonésias anunciaram na quarta-feira ter encontrado a cauda do avião, a parte da aeronave onde costumam estar localizadas as caixas-pretas, que registram as informações de voo, cruciais para determinar as causas do acidente.

Trata-se da primeira vez em que são detectados sinais acústicos do voo QZ8501. Os trabalhos de busca se tornaram difíceis devido ao mau tempo e às correntes marítimas, que impedem os mergulhadores de chegar ao fundo do mar, embora nesta zona ele seja relativamente pouco profundo (cerca de 30 metros).

A cauda do avião provavelmente está enterrada no fundo do mar, segundo as equipes de busca, e nesta sexta-feira os mergulhadores seguirão buscando as caixas-pretas.

O Airbus A320-200 com 162 pessoas a bordo desapareceu das telas do radar pouco depois de decolar da cidade indonésia de Surabaya rumo a Cingapura no dia 28 de dezembro, quando se aproximava de uma zona com nuvens.

O piloto pediu autorização para ganhar altitude e evitar estas nuvens, mas não recebeu imediatamente o aval do centro de controle aéreo devido ao tráfego, muito intenso neste setor. O contato com a aeronave foi perdido pouco depois.

46 corpos recuperados até agora

Segundo um relatório preliminar da Agência Meteorológica Indonésia, as condições atmosféricas foram o fator que desencadeou o acidente. O gelo pode ter provocado a queda do avião quando cruzava nuvens com temperaturas entre -80 e -85º C.

Depois de 13 dias de buscas foram encontrados 46 corpos de vítimas do acidente, indicou o responsável pelas operações Supriyadi.

Entre as 162 pessoas a bordo havia 155 indonésios, um francês (o co-piloto), um britânico, três sul-coreanos, um malaio e um cingapuriano.

Nesta sexta-feira as equipes de busca também encontraram um objeto que pode ser o nariz do avião, indicou Supriyadi. Os mergulhadores tentarão chegar até ele para confirmar.

"A forma do objeto é similar à do nariz do avião. Enviamos um ROV (veículo submarino operado à distância), mas a visibilidade não é muito boa. Tentaremos enviar os mergulhadores", indicou.

Por sua vez, o ministério indonésio dos Transportes anunciará nesta sexta-feira o resultado de uma auditoria sobre os planos de voo das companhias aéreas indonésias.

Vários funcionários do setor aéreo do país já foram sancionados no âmbito da investigação sobre o acidente com o voo da AirAsia Indonesia, uma filial da companhia malaia AirAsia.

As autoridades acreditam que o avião pode ter voado por uma rota não autorizada.

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