Equipe durante inspeção na central nuclear de Fukushima: ainda é cedo para saber se casos estão relacionados com a crise nuclear (Tokyo Electric Power Co/Handout via Reuters)
Da Redação
Publicado em 14 de novembro de 2013 às 09h02.
Tóquio - Os últimos exames médicos detectaram 26 casos de crianças com câncer de tireoide na cidade de Fukushima, embora seja cedo para saber se estão relacionados com a crise nuclear.
O comitê encarregado de realizar os testes regulares em Fukushima analisou desde outubro de 2011 até o momento cerca de 226 mil moradores na região, segundo informou nesta quinta-feira o jornal "Japan Times".
Além dos casos de câncer de tireoide já diagnosticados, outros 32 menores de idade da cidade apresentaram sintomas da doença.
O número é superior ao apresentado em agosto, quando o estudo detectou até 18 casos de crianças diagnosticadas com a doença e outros 25 suspeitos de padecê-la.
Um grupo de especialistas locais disse que é breve demais para assinalar que estes casos estão ligados à catástrofe nuclear, visto que o câncer papilar da tireoide se desenvolve com "grande lentidão".
O iodo radioativo tende a se acumular nas glândulas tireoides causando câncer e afeta especialmente crianças pequenas.
O número de crianças afetadas por câncer de tireoide entre os 10 e 14 anos em Fukushima é consideravelmente maior que o da média do país, embora estes dados não sejam facilmente comparáveis porque não foi feito nenhum estudo tão exaustivo em outras áreas do Japão.
Após o desastre de Chernobyl foram diagnosticados mais de 6.000 casos de crianças com câncer da tireoide, atribuído principalmente ao consumo de leite contaminado, de acordo com o Comitê Científico das Nações Unidas.
Fukushima ampliará o número de pessoas que participarão do próximo estudo, que será realizado em abril do ano que vem a fim de examinar a saúde das pessoas nascidas depois do tsunami do dia 11 de março de 2011.