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Deslizamentos de terra deixam 39 mortos no Japão

No total, 630 militares foram enviados ao local da tragédia, segundo Keiji Furuya, ministro para a Gestão de Desastres

Policiais procuram desaparecidos em um deslizamento numa área residencial de Hiroshima (Jiji Press/AFP)

Policiais procuram desaparecidos em um deslizamento numa área residencial de Hiroshima (Jiji Press/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2014 às 17h25.

Tóquio - Pelo menos 39 pessoas morreram e sete estão desaparecidas após os deslizamentos de terra provocados por chuvas torrenciais nesta quarta-feira em Hiroshima, sudoeste do Japão.

As consequências desta tragédia se agravam com o passar das horas. Um balanço anterior mencionava 36 mortos e 7 desaparecidos.

"São chuvas fora do comum e um desastre de grande magnitude. Além disso, existe risco de mais tempestades", afirmou o primeiro-ministro Shinzo Abe, que interrompeu as férias.

"Ordenei o reforço das operações de emergência. Serão enviados centenas de soldados das forças de autodefesa", completou.

No total, 630 militares foram enviados ao local da tragédia, segundo Keiji Furuya, ministro para a Gestão de Desastres.

Os deslizamentos de terra surpreenderam a população durante a noite.

Uma idosa de 77 anos, um menino de dois anos e seu irmão de 11 anos estão entre os mortos, segundo o canal público NHK, que suspendeu a programação normal para apresentar a cobertura da tragédia. Um socorrista de 53 anos também está entre os mortos.

Os danos afetaram quase 20 quilômetros e isolaram vários bairros de Hiroshima.

Os bombeiros e os moradores trabalhavam na retirada dos escombros e encontravam pessoas em meio a um cenário de devastação.

Muitas casas de madeira não resistiram ao avanço da torrente de lama e terra em grande velocidade.

Imagens obtidas a partir de helicópteros mostravam áreas urbanas arrasadas e partes de residências cobertas por lama. Vários moradores buscaram refúgio nos telhados e alguns foram resgatados.

As ruas ficaram intransitáveis.

"Nunca vi algo assim", declarou uma moradora atônita.

"Os deslizamentos aconteceram em vários lugares ao mesmo tempo. São locais perigosos e conhecidos. Nos últimos dias, Hiroshima bateu um recorde de chuvas e neste tipo de situação teria sido melhor seguir para os centros de abrigo, mas nem sempre é previsível ou possível", disse um especialista ao canal NHK.

"A situação pode continuar nos próximos dias e semanas", advertiu um professor da Universidade de Tóquio.

Chuvas acima do esperado

O Japão foi afetado nas últimas semanas por chuvas torrenciais consideradas "terríveis" pela agência meteorológica.

Uma grande quantidade de água ficou acumulada em áreas elevadas, que acabaram cedendo.

As autoridades advertiram para o risco de deslizamentos de terra em várias regiões do sudoeste e norte do arquipélago, onde fortes chuvas aconteceram em intervalos de tempo muito curtos.

"Em alguns locais choveu em um dia tanto quanto de costume em um mês", indicou um meteorologista da NHK.

Muitas áreas permaneciam em alerta, principalmente na província de Fukuoka (sudoeste).

As condições meteorológicas continuam instáveis, mas as chuvas devem diminuir na região afetada. Em 1999, 325 deslizamentos de terra provocaram 30 mortes em Hiroshima.

A situação atual, agravada pela recente passagem de vários tufões no país, levou as autoridades a recomendarem que centenas de milhares de pessoas deixem temporariamente suas casas frente ao risco de inundações e deslizamentos.

O ciclone tropical Halong deixou recentemente dez mortos, dezenas de feridos e danos materiais pesados, sobretudo no sul.

Além disso, parte do arquipélago foi afetado no início de julho pelo tufão Neoguri, que provocou sete mortes.

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