Mundo

Desemprego nos EUA: para Obama, uma má notícia no pior momento

O aumento do indicador é um importante revés para o presidente americano, que tenta se reeleger

Obama viaja para Minneapolis, em Minnesota, norte dos EUA, onde deve comentar estes resultados (Yuri Gripas/AFP)

Obama viaja para Minneapolis, em Minnesota, norte dos EUA, onde deve comentar estes resultados (Yuri Gripas/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2012 às 13h26.

Washigton - O aumento da taxa de desemprego dos Estados Unidos anunciado nesta sexta-feira é um importante revés para o presidente Barack Obama, que tenta convencer os eleitores de que deve continuar à frente dos Estados Unidos.

Apenas 69.000 empregos criados em maio e uma taxa de desemprego que atinge 8,2% da população economicamente ativa, uma alta de 0,1%: um verdadeiro banho de água fria para o líder democrata, a cinco meses da eleição presidencial.

O republicano Mitt Romney, que disputará a Casa Branca com Obama no dia 6 de novembro, caracterizou imediatamente o anúncio do ministério do Trabalho como "uma notícia devastadora para trabalhadores e famílias americanas".

Para o candidato, está "claro para todos que as políticas de Obama não alcançaram os seus objetivos e que a economia esmaga a classe média". "Nós podemos fazer muito melhor na América, e é por isso que eu estou concorrendo à presidência", declarou.

Obama é esperado em Minneapolis (Minnesota, norte) para uma visita, durante a qual deve comentar estes resultados às 17h10 GMT (14h10 no horário de Brasília).

Mas, por hora, a Casa Branca não parece disposta a mudar de rumo. O chefe do círculo de conselheiros econômicos de Obama afirmou que estes números mostram que é "crucial continuar com as políticas econômicas do presidente que ajudarão a nos tirar do buraco profundo causado pela recessão" de 2007-2009.

"Ainda há muito a fazer para reparar os danos causados pela crise financeira e pela profunda recessão que começou no final de 2007", observou Alan Krueger em um comunicado.

"Como no ano passado na mesma época, nossa economia enfrenta ventos contrários, entre eles a crise na Europa e a alta dos preços do combustível, que afetaram as finanças dos Estados Unidos nos últimos meses", explicou.

Em 2010 e 2011, a economia americana estagnou na primavera e só voltou a crescer no final do outono.

As pesquisas mostram que o nível de confiança nos presidentes acompanha de perto a evolução do desemprego. Um buraco na economia, se confirmado, poderia prejudicar gravemente Obama nas urnas.

Durante sua visita a Minnesota, o presidente deve ressaltar uma das medidas da "lista de comissões" para melhorar a situação econômica que foi apresentada ao Congresso, onde seus adversários republicanos estão em uma posição forte.

Mas as lideranças republicanas na Câmara dos Deputados parecem prontas a comprometê-la, criticando o presidente nesta manhã.

Enquanto Obama deve continuar o seu dia com nada menos que seis reuniões para angariar fundos para sua campanha de reeleição, o presidente da Câmara, John Boehner, pediu ao presidente que permanecesse em Washington para "gerenciar as grandes questões que afetam nossa economia", incluindo o desemprego e dívida pública recorde.

"Estas taxas de desemprego são terríveis. Os americanos merecem muito melhores", assegurou o chefe da maioria na Câmara, Eric Cantor.

As recentes estatísticas são especialmente ruins para Obama, que lançou recentemente uma ofensiva contra os números de Romney na questão emprego, quando este foi governador de Massachusetts (nordeste).

A equipe de campanha democrata procurou contradizer o argumento de Romney de que sua experiência como empreendedor faria dele um bom presidente para o emprego dos americanos.

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaDesempregoEleições americanasEstados Unidos (EUA)Países ricosPersonalidadesPolíticos

Mais de Mundo

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia

Irã manterá diálogos sobre seu programa nuclear com França, Alemanha e Reino Unido