Protestos: a Venezuela vive desde 1º de abril uma onda de protestos opositores que já deixaram 38 mortos e centenas de feridos (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
AFP
Publicado em 10 de maio de 2017 às 20h41.
Um grupo de desconhecidos, com os rostos cobertos, atirou nesta quarta-feira contra um protesto da oposição no centro de Caracas, sem deixar vítimas, em um incidente condenado pelo chefe da Polícia Nacional.
Líderes do protesto, realizado em torno da paróquia de La Candelaria, como a deputada Gaby Arellano, atribuíram o ataque aos "coletivos", grupos civis que apoiam o chavismo e são qualificados pela oposição de "bandos armados".
"Sacam seus pistoleiros para atirar e matar, para nos intimidar, mas nem as balas vão impedir que o povo siga protestando nas ruas", declarou Arellano, mostrando cápsulas de bala nas mãos.
Manifestantes em La Candelaria denunciaram que agentes da Polícia Nacional não agiram diante do ataque, mas o diretor-geral da organização, Carlos Alfredo Pérez, saiu em defesa de seus homens afirmando que os policiais garantirão a vida dos que protestam.
"Se disparo algo contra eles (os homens armados), uma bomba de gás, como irão reagir? Eles estão atirando e nós estamos sem armas. São uns vagabundos e quando forem localizados serão capturados", declarou Pérez.
O fato coincidiu com uma grande passeata opositora no leste de Caracas, que pretendia chegar à sede doTribunal Supremo de Justiça (TSJ), no centro da capital, mas foi dispersada pela polícia de choque.
A Venezuela vive desde 1º de abril uma onda de protestos opositores que já deixaram 38 mortos e centenas de feridos.