Trump e Putin: cúpula poderia terminar com um acordo dos dois presidentes para prorrogar por cinco anos tratado sobre redução de armas (Steffen Kugler/Courtesy of Bundesregierung/Handout/Reuters)
EFE
Publicado em 13 de julho de 2018 às 16h22.
Moscou - O desarmamento nuclear global deve ser uma questão-chave na reunião entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, em Helsinque, na Finlândia, na próxima segunda-feira.
A centralidade do tema foi destacada pelo assessor para Assuntos Internacionais do presidente russo, Yuri Ushakov, em entrevista à imprensa local nesta sexta-feira.
"A estabilidade estratégica pode ser uma questão-chave na cúpula. A Rússia está há muitos anos oferecendo diálogo sobre a saída dos EUA do tratado sobre mísseis anti-balísticos", disse Ushakov.
O movimento foi tomado pelo então presidente americano, George H. W. Bush, em 2002, quando os EUA deixaram o Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START II). A decisão permitiu que a Casa Branca começasse a construir um escudo antímísseis, uma iniciativa considerada pelo Kremlin como uma grave ameaça à soberania da Rússia e ao equilíbrio estratégico garantido pela doutrina de destruição mútua assegurada caso um dos países iniciasse uma guerra nuclear.
"Nossas medidas para reforçar o potencial defensivo nacional é uma resposta ao sistema global de defesa antimísseis dos EUA, cujo objetivo é inutilizar as forças nucleares russas", ressaltou.
Faltando quatro dias para as últimas eleições presidenciais da Rússia, Putin apresentou ao país uma nova geração de armas nucleares que, segundo ele, seriam capazes de "furar" o escudo americano.
Trump já deixou claro que não vai desistir do polêmico escudo, mas a cúpula poderia terminar com um acordo dos dois presidentes para prorrogar por cinco anos o START III, que se encerra em 2021.
"A Rússia confirmou em reiteradas ocasiões sua adesão ao START III e cumpriu todos os compromissos firmados no documento assinado em 2012, em Praga", indicou o assessor de Putin.
Síria, Ucrânia e a inteferência russa nas eleições presidenciais americanas de 2016 serão alguns dos temas do encontro, o primeiro entre Trump e Putin, que tentam melhorar as relações bilaterais.
A reunião vinha sendo especulada há meses, já que até o momento os dois só encontraram informalmente em cúpulas internacionais.