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Derrota em eleições talvez não seja prejuízo total para Obama

História mostra que presidentes norte-americanos podem "ressurgir" após perda de cadeiras no Legislativo

Para conseguir o 2º mandato, Barack Obama vai precisar de um empurrão da economia (Mark Wilson/Getty Images)

Para conseguir o 2º mandato, Barack Obama vai precisar de um empurrão da economia (Mark Wilson/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2010 às 17h15.

Washington - Uma derrota dos democratas nas eleições legislativas da próxima terça-feira deverá levar o presidente Barack Obama a repensar sua estratégia, mas não será forçosamente um mau resultado para suas aspirações à reeleição em 2012, de acordo com os analistas políticos.

Mesmo que as pesquisas e os especialistas concordem em prever uma derrota para os aliados do presidente, com a perda de algumas cadeiras em jogo na Câmara de Representantes, ainda resta saber se Obama será conhecido na história como o presidente de apenas um mandato presidencial.

"As semanas e os meses depois da eleição colocarão à prova o presidente Obama", afirma William Galston, do Instituto Brookings. "Será necessário fazer uma introspecção e então uma análise da situação", acrescentou.

A história recente mostra que os presidentes americanos podem "ressurgir", inclusive depois de uma derrota nas eleições de meio mandato, e que predizer os resultados de uma eleição dois anos antes constitui um exercício de alto risco.

"As pessoas se cansaram dos republicanos depois da eleição de 2008, e veja onde eles estão atualmente", enfatiza Tom Baldino, professor de Ciências Políticas da Universidade de Wilkes (Pensilvânia). Para ele, "é muito prematuro ver os democratas como derrotados depois das eleições de 2010".

Os partidários de Obama recordam que o presidente republicano Ronald Reagan sofreu uma derrota nas eleições de 1982, e depois foi reeleito triunfalmente dois anos mais tarde. Também Bill Clinton obteve um segundo mandato em 1996, dois anos depois de ter perdido a maioria no Congresso.


Para permanecer na Casa Branca até 2016, Obama deverá repensar sua estratégia e demonstrar sua habilidade política. Necessitará sem dúvida de um empurrão na economia, já que seu destino parece vinculado ao desemprego, que ainda pode não cair e alimenta o ressentimento popular.

Para Obama, uma das apostas eleitorais para 2012 será obter o êxito em recuperar o eleitoral independente que o levou à vitória em 2008, e que, em parte, parece ter debandado este ano para o lado dos republicanos.

Por isso, Obama expressou recentemente sua vontade de trabalhar em conjunto com seus adversários, uma promessa de 2008 que até agora não pode concretizar.

"Espero que, depois das eleições, quaisquer que sejam os resultados, o Partido Republicano reconheça que não ode permanecer no banco de reservas e deve participar para tentar encontrar uma solução para os problemas que afetam os Estados Unidos há muito tempo", assinalou o presidente na semana passada.

Obama tem, além disso, a vantagem de poder controlar sua agenda. Apesar de uma queda de popularidade, o presidente é ainda o homem mais popular de todos os políticos americanos, enquanto que os republicanos do Congresso contam com a confiança de apenas 31% dos cidadãos entrevistados, segundo uma recente pesquisa.

O presidente poderá, além disso, beneficiar-se por ter um adversário a que enfrentar, assim que os republicanos começarem o processo de designação para as presidenciais.

E o aumento do poder do "Tea Party", um movimento populista ultraconservador, poderá tornar mais difícil para os republicanos reter os votos dos eleitores moderados.

"Serão os republicanos capazes de encontrar um candidato conservador que possa ser eleito em 2012?", questiona Andrew Dowdle, da Universidade de Arkansas.

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