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Derrota em eleição regional alemã é um alerta para Merkel

Merkel briga por um terceiro mandato nas eleições de setembro


	Angela Merkel: desde o início de seu segundo mandato, em 2009, o partido da chanceler perdeu espaço em quase todas as eleições locais e acumulou grandes derrotas
 (REUTERS/Fabian Bimmer)

Angela Merkel: desde o início de seu segundo mandato, em 2009, o partido da chanceler perdeu espaço em quase todas as eleições locais e acumulou grandes derrotas (REUTERS/Fabian Bimmer)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2013 às 09h33.

Berlim - A vitória da esquerda alemã em uma eleição regional no domingo é um alerta para a chanceler conservadora Angela Merkel, que briga por um terceiro mandato nas eleições de setembro.

Ao final de uma noite cheia de suspense na Baixa Saxônia (norte), os sociais-democratas do SPD, aliados aos Verdes, superaram a coalizão dos conservadores (CDU) e liberais (FDP), a mesma que governa o país em nível nacional.

"Esta eleição mexeu um pouco com as coisas, as perdas (de votos) do CDU são particularmente significativas", considerou Niels Diederich, cientista político da Universidade Livre de Berlim.

"Não pode ser pior para o CDU/CSU", indicou em sua edição na internet o semanário Der Spiegel, que intitulou seu editorial como "O pesadelo de Merkel".

Desde o início de seu segundo mandato, em 2009, o partido da chanceler perdeu espaço em quase todas as eleições locais e acumulou grandes derrotas, principalmente nos grandes estados do oeste, como a Renânia do Norte-Westfália e Bade-Wurtemberg.

No domingo, o CDU registrou um recuo de mais de 6 pontos em relação à eleição anterior, mesmo que grande parte desta perda se explique pelo apoio acordado pelos eleitores conservadores ao FDP, que aparecia quase morto nas pesquisas, a fim de ajudá-lo a superar a linha de 5% que permite eleger candidatos.

Os liberais, por sua vez, terminaram com seu melhor resultado na história, 9,9%, mas isso custou a vitória do CDU, considerou a imprensa.


"Salvamos um general, mas perdemos a batalha", resumiu o jornal conservador Die Welt, que contabilizou em 12.000 os votos que faltaram para que o CDU vencesse, enquanto 101.000 eleitores do CDU votaram no FDP, segundo estimativas.

Os 10% do FDP "são um sucesso, mas não um progresso" do ponto de vista da situação nacional, onde estacionou entre 3 e 4% das intenções de voto nas pesquisas de opinião há meses, comprometendo o objetivo de Merkel de continuar a governar com eles.

O vice-chanceler e ministro da Economia, Philip Rösler, ofereceu a renúncia de sua posição à frente do FDP para que uma nova direção seja eleita.

A chanceler deve estar alerta, apesar de sua grande popularidade pessoal, que permite ao CDU se manter acima dos 40% das intenções de voto em nível nacional, alerta Diederich.

"Nós vimos o que aconteceu com David McAllister (o ministro-presidente da Baixa Saxônia que foi derrotado no domingo), que também era muito apreciado, mas essa popularidade não se traduziu em votos", explicou o pesquisador.

Além disso, o "impacto do envolvimento de Merkel em favor de McAllister durante a campanha ficou limitado", apesar dos vários comícios, ressaltou.

A vitória na Baixa Saxônia, reduto do último chanceler social-democrata, Gerhard Schröder, deve trazer uma nova dinâmica à campanha dos sociais-democratas (SPD) e do adversário de Angela Merkel, Peer Steinbrück.

Este último se distanciou nas sondagens, após um início de campanha desastroso, marcado por polêmicas, como suas palestras muito bem pagas, e gafes, como sobre o salário de chanceler, que ele considerou "insuficiente".

"Após as eleições na Baixa Saxônia, o SDP não está tão mal" em vista das legislativas, acrescenta Diederich. "A campanha será mais acirrada", profetizou o Der Spiegel.

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