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Deputados britânicos tentam encontrar alternativa para o Brexit de May

Nesta segunda, parlamentares vão votar um pequeno número de opções para tentar viabilizar uma maioria que apoie o projeto e acabe com o atual impasse

Theresa May, no Parlamento Britânico (Jessica Taylor/Reuters/UK Parliament/Reuters)

Theresa May, no Parlamento Britânico (Jessica Taylor/Reuters/UK Parliament/Reuters)

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AFP

Publicado em 1 de abril de 2019 às 09h59.

Os deputados britânicos tentarão encontrar nesta segunda-feira, 1º, uma alternativa ao acordo do Brexit negociado pela primeira-ministra Theresa May, e podem fazer pender a balança em favor de um divórcio "mais suave" com a União Europeia (UE).

Membros da Câmara dos Comuns já tentaram assumir o controle do processo Brexit na semana passada, votando oito opções. Nenhum obteve a maioria dos votos, mas uma das mais populares foi a de uma união aduaneira com a UE. A premiê britânica se opõe a esta opção porque Londres perderia a possibilidade de realizar uma política comercial autônoma depois do Brexit.

Nesta segunda, os deputados vão votar um pequeno número de opções para tentar encontrar uma maioria que apoie o projeto e acabe com o atual impasse, que já ocorre fora da data inicialmente prevista para o divórcio.

Três anos depois que 52% dos eleitores decidiram em um referendo deixar a UE, o Reino Unido deveria deixar o clube da comunidade na sexta, dia 29 de março, mas o Brexit foi adiado devido à falta de apoio parlamentar para o acordo de saída negociado em Bruxelas.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou no domingo que a União Europeia tem "muita paciência" com os britânicos em relação à questão do Brexit, mas que ela está se "esgotando". "Tivemos muita paciência com nossos amigos britânicos, mas a paciência está se esgotando. Eu gostaria que dentro de algumas horas ou de alguns dias o Reino Unido chegue a um acordo sobre os passos a seguir", declarou Juncker durante uma transmissão na rede pública italiana Rai 1.

"Até agora sabemos para o que o Parlamento britânico diz não, mas não sabemos para o que diz sim", acrescentou. Sobre a possibilidade de um novo referendo, Juncker considerou que essa questão "diz respeito exclusivamente aos britânicos [...] Devem decidir quais instrumentos empregarão para terminar este processo".

Aos eurodeputados, May assegurou na sexta-feira que continuará a "advogar por um Brexit ordenado", mas também reconheceu a necessidade de chegar a um acordo sobre um "caminho alternativo". Segundo vários jornais britânicos, Downing Street planeja propor aos deputados uma única escolha: ou votam o acordo de May, ou um projeto alternativo que angariar o apoio dos deputados na segunda-feira e que favoreceria uma Brexit mais suave que o texto atual.

A chefe de governo espera convencer os eurocéticos de seu partido conservador de votar pelo acordo de retirada, que eles rejeitam até agora porque consideram que não corta os laços suficientes com a UE. Sem um acordo aprovado pelo Parlamento, um "no deal" (saída sem acordo) em 12 de abril, suposição que preocupa os meios econômicas, continua a ser o cenário mais provável, advertiu May.

Para evitar a saída abrupta, a premiê poderá se resignar a pedir um novo adiamento, de duração mais longa, mas que a forçaria a organizar eleições europeias no final de maio. Uma cúpula europeia especial foi convocada em 10 de abril.

De acordo com o tabloide The Sun, 170 deputados conservadores, incluindo uma dúzia de ministros, escreveram à chefe de governo para exigir que o Reino Unido saia rapidamente da UE e não participe nas eleições europeias em maio.

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