Protestos: oposicionistas alegavam que a reforma não podia ser discutida por causa dos confrontos entre manifestantes contrários ao projeto e a polícia (Reuters)
EFE
Publicado em 18 de dezembro de 2017 às 21h53.
Buenos Aires - Os deputados da Argentina começaram a discutir na tarde desta segunda-feira a polêmica reforma na previdência do país após cinco horas de discussões e pedidos da oposição para adiar a sessão por causa da violência nas ruas.
O debate foi iniciado às 19h locais (20h em Brasília) com o discurso do deputado Eduardo Amadeo, da Proposta Republicana (Pro), que defendeu o projeto do governo de Mauricio Macri.
Em meio aos protestos da oposição, Amadeo afirmou que a medida tem o objetivo "nobre, justo e necessário" de proteger os aposentados da atual fórmula utilizada para calcular o reajuste das aposentadores que, para ele, tem um efeito imprevisível.
A reforma busca impor um novo coeficiente para determinar esses reajustes, mas a oposição e os sindicatos do país alegam que a mudança promoverá uma redução nas aposentadorias.
A reforma faz parte de um "pacto fiscal" assinado em novembro por 23 dos 24 governadores da Argentina e Macri. O governo federal repassará recursos às províncias que, em troca, economizarão através de mudanças no sistema previdenciário.
"O projeto de lei não é resultado de uma decisão unilateral, mas do consenso e de um exemplar apoio político que permitiu que a medida já fosse aprovada no Senado", disse Amadeo.
Aberto o debate, a deputada opositora Mirta Tundis, da Frente Renovadora, criticou outros aspectos do projeto, como a distinção entre os aposentados que contribuíram durante toda a vida trabalhista e os que não.
"Isso é uma aberração e vamos votar contra esse projeto porque ele é inviável", antecipou a parlamentar.
A sessão na Câmara dos Deputados começou às 14h locais (15h em Brasília), mas os debates só tiveram início cinco horas depois. Os deputados da oposição fizeram sucessivamente o uso da palavra para pedir aos governistas a suspensão dos trabalhos.
Os oposicionistas alegavam que a reforma não podia ser discutida por causa dos confrontos entre manifestantes contrários ao projeto e a polícia do lado de fora do Congresso.