Mundo

Deputados adiam votação da PEC do Trabalho Escravo

Para ser aprovado, o projeto precisa dos votos positivos de 308 dos 513 deputados

Congresso Nacional (Monique Renne/EXAME.com)

Congresso Nacional (Monique Renne/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2012 às 22h44.

Brasília .- A Câmara dos Deputados decidiu nesta quarta-feira adiar pela segunda vez consecutiva a votação da chamada PEC do Trabalho Escravo, que propõe o endurecimento das penas contra o trabalho escravo e a desapropriação dos bens das empresas que cometerem o crime.

Para ser aprovado, o projeto precisa dos votos positivos de 308 dos 513 deputados, mas a presença no plenário de apenas 338 parlamentares levou os autores da nova lei a retirá-la da pauta de votações desta quarta-feira.

'Se votarmos hoje, corremos o risco de que não seja aprovado, e com isso o país perderia', declarou o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), ao pedir o adiamento da votação. Ele sugeriu que o projeto volte à pauta no próximo dia 22 para dar lugar a novas negociações, o que foi aprovado pela maioria dos partidos.

O ponto mais importante da PEC estabelece que todas as propriedades móveis e imóveis dos locais onde se identificar a prática de trabalho escravo serão desapropriadas sem qualquer tipo de indenização, punição que se somaria às de tipo econômico e penal já contempladas na legislação.

O texto recebeu forte apoio popular nesta terça-feira, quando diversos artistas e movimentos sociais participaram de atos realizados em frente à sede do Congresso.


Houve manifestações favoráveis ao projeto dos cantores Chico Buarque e Caetano Veloso, do teólogo Leonardo Boff e da atriz Fernanda Montenegro, entre outros.

Além disso, a Câmara recebeu nesta terça-feira uma petição popular com cerca de 60 mil assinaturas para endurecer as penas contra o trabalho escravo.

O deputado Domingos Dutra (PT-MA), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, lembrou nesta quarta-feira que o projeto tramita há 17 anos no Congresso e culpou a bancada ruralista pela morosidade. Este grupo, segundo ele, se opõe à aprovação do texto porque a maioria das graves violações que persistem no Brasil ocorre nas zonas rurais.

Já o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), da bancada ruralista, rebateu as declarações de Dutra e afirmou que o grupo se opõe à votação porque o projeto não estabelece claramente o que se considera como trabalho escravo. 'A lei precisa definir com toda a clareza, porque, depois que o assunto for aprovado, ficaria a critério de um juiz', argumentou. EFE

Acompanhe tudo sobre:CongressoLegislaçãoLeis trabalhistas

Mais de Mundo

Domo de ferro: ataques iranianos colocam em xeque a segurança anti-mísseis de Israel

Ataque israelense atinge TV estatal iraniana em Teerã

Mundo enfrenta uma nova corrida armamentista nuclear, alerta instituto

'Nada indica' que subsolo da usina iraniana de Natanz foi atingido, diz AIEA