Envenenamento: o parlamentar conduz várias investigações de corrupção na Venezuela (Manaure Quintero/Reuters)
EFE
Publicado em 24 de fevereiro de 2019 às 13h38.
Caracas — O presidente da Comissão de Controladoria da Assembleia Nacional (parlamento) da Venezuela, Freddy Superlano, que estava em Cúcuta, na Colômbia, para apoiar a tentativa de levar ajuda humanitária a seu país, foi envenenado junto com seu primo Carlos Salinas, que acabou morrendo, informou neste domingo a assessoria de imprensa do parlamentar.
"Na cidade de Cúcuta o deputado Freddy Superlano e seu primo Carlos Salinas sofreram um envenenamento e Carlos faleceu. O deputado está estável, oremos todos por sua rápida recuperação", diz uma mensagem postada no Twitter do legislador que foi difundida por sua assessoria de imprensa, que não acrescentou mais informações.
A #Venezuela y el mundo, hoy en la ciudad de #cucuta el Dip. @freddysuperlano y su primo Carlos Salinas sufrieron un envenenamiento donde Carlos falleció, el Dip. esta estable, oremos todos por su pronta recuperación.
-Equipo de prensa.
— Freddy Superlano (@freddysuperlano) February 24, 2019
Por sua vez, o partido Vontade Popular (VP), do qual Superlano faz parte, disse através da mesma rede social que o parlamentar "foi vítima de um ataque com burundanga" — uma substância também conhecida como escopolamina — e que Salinas, que também militava no partido, "não resistiu" e "morreu por intoxicação".
O VP, fundado pelo opositor preso Leopoldo López e do qual também faz parte o presidente do parlamento Juan Guaidó, expressou suas condolências aos familiares de Salinas e acrescentou que está à espera das "investigações por parte das autoridades colombianas que levem ao esclarecimento dos fatos".
Na quinta-feira, o parlamentar informou que tinha chegado a Cúcuta para apoiar a tentativa de enviar ontem à Venezuela a ajuda humanitária armazenada na cidade colombiana, mas que foi bloqueada pelas forças de segurança do governo de Nicolás Maduro.
O parlamentar conduz várias investigações de corrupção na Venezuela relacionadas a temas como os pagamentos de propina da empreiteira brasileira Odebrecht, o desvio de divisas e o programa de alimentos subsidiados do governo Maduro.
Em novembro do ano passado, o parlamentar disse à Efe que o prejuízo que o país sofreu através do controle do câmbio supera os US$ 400 bilhões, um número quase 46 vezes superior às reservas internacionais atuais da Venezuela.