Trump: o presidente americano criticou a deputada Ilhan Omar, que nasceu na Somália e se mudou criança para os EUA (Alex Wong/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de julho de 2019 às 15h21.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a fazer duras críticas a algumas deputadas do Partido Democrata que, segundo ele, não mostram respeito pelo país. Após se envolver uma polêmica no fim de semana por fazer críticas no Twitter às legisladoras que foram consideradas racistas por parte da opinião pública e dos políticos do país, Trump voltou ao tema, agora ao responder a questões da imprensa durante evento em Washington.
Questionado sobre se as mensagens do domingo seriam racistas, Trump respondeu: "De jeito nenhum. Se alguém tem um problema com nosso país, se alguém não quer estar em nosso país, eles devem sair. Isso é tudo", afirmou. "Elas são livres para ir, se quiserem; se quiserem ficar, tudo bem", complementou mais adiante.
Trump citou especificamente Ilhan Omar, deputada americana que nasceu na Somália e se mudou criança para os EUA, onde se naturalizou. Omar é uma das duas primeiras mulheres muçulmanas a chegar à Câmara dos Representantes dos EUA, ao lado de Rashida Tlaib. Para o presidente, Omar teria dito "o quão ótima a Al-Qaeda era", em referência à rede terrorista. A deputada já foi alvo de críticas pela postura jocosa em que se referiu durante uma entrevista a uma aula sobre terrorismo que teria tido na infância, ao comentar que o professor assumia um ar sério sempre que pronunciava a palavra Al-Qaeda.
O líder americano disse que algumas deputadas oposicionistas usam "linguagem antissemita" e expressam ódio por Israel. "Não acredito que isso seja bom para os democratas", afirmou.
Trump ainda disse que as autoridades têm trabalhado para retirar imigrantes ilegais, concentrando-se nos com histórico de crimes. Ele se referiu à gangue MS-13, ou Mara Salvatrucha, com grande presença de salvadorenhos e atuação nos EUA e na América Central. O presidente americano disse que membros da gangue têm sido "retirados aos milhares" do país.
O senador republicano Lindsey Graham se somou mais cedo às críticas de Trump, qualificando, por exemplo, a deputada Alexandria Ocasio-Cortez "e sua turma como um bando de comunistas".
I see @LindseyGrahamSC’s biggest issue w/ Trump’s racism is that it doesn’t go far enough - Graham wants to bring back 1950s McCarthyism, too.
GOP is doing this because they have no plan for our future.
We’re the ones fighting for healthcare, edu, good jobs, & they got nothing. https://t.co/pfAEATWbJl
— Alexandria Ocasio-Cortez (@AOC) July 15, 2019
A legisladora respondeu pelo Twitter: "Eu vejo o maior problema de Lindsey Graham com o racismo de Trump com o fato de que ele não vai longe o suficiente - Graham quer voltar de volta o macartismo dos anos 1950, também". Outra deputada, Rashida Tlaib, disse no Twitter que ela e suas colegas "apenas trabalham por um mundo justo".