Islamabad - A identidade do chefe da CIA no Paquistão foi descoberta após uma denúncia apresentada nesta quarta-feira pelo advogado e ativista de direitos humanos paquistanês Shahzad Akbar, por conta do uso de aviões de espionagem no país asiático.

"Chegou a meu conhecimento que uma pessoa chamada Craig Osth foi o chefe da estação da CIA durante cerca de um ano e é responsável pela morte de muitos pasquitaneses inocentes", diz a denúncia que Akbar apresentou em entrevista coletiva.

O advogado afirmou à Agência Efe que teve acesso à identidade de responsável local da central de Inteligência dos EUA graças a "fontes locais".

A denúncia ainda lembra outra similar de 2010 feita também por Shahzad Akbar contra o anterior responsável da CIA, Jonathan Banks, que terminou com Banks deixando o país rapidamente ao ver sua segurança ameaçada após a revelação de sua identidade.

O advogado fez com que a polícia do distrito de Hangu tivesse acesso ao documento, onde na quinta-feira o bombardeio de um avião não-tripulado (ou drone) dos EUA sobre um madraçal provocou a morte de vários estudantes afegãos, segundo autoridades da zona.

Fontes de inteligência local citadas por meios de comunicação paquistaneses também afirmaram que no ataque faleceram pelo menos três líderes da insurgência talibã afegã.

De acordo com a denúncia, que conta com o apoio do "PTI", formação política liderada pelo ex-jogador de críquete Imrán Khan e que se caracterizou por sua ferrenha oposição aos "drones", o chefe local da CIA "desempenha um papel vital" nos ataques.

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"(Osth) não só recolhe informação por meios de comunicação ilegais, mas ordena e conspira para matar fora dos limites da lei", indica o texto, que também pede a abertura de diligências contra o diretor-geral da CIA, John Brennan.

Durante o ato de apresentação, uma deputada do "PTI", Shirín Mazari, pediu que as autoridades impeçam Craig Osth de abandonar Paquistão.

Em contato com a Agência Efe, a embaixada dos EUA em Islamabad não quis comentar a denúncia.

A tensão entre Paquistão e Estados Unidos pelo uso de "drones" aumentou nas últimas semanas por causa da morte do líder talibã Hakimullah Mehsud em um bombardeio americano há um mês, justo quando se ia ser iniciado o diálogo entre Islamabad e a cúpula insurgente.

Os controversos ataques com aviões não tripulados geram cada vez mais vozes críticas dentro do Paquistão e fora do Paquistão pela morte de civis.

Em 2013, houve 20 bombardeios com aviões de espionagem, que provocaram a morte de quase 150 pessoas, números menores que os dos últimos anos no que se refere a este tipo de operações aéreas em solo paquistanês.