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Denis Mukwege, vencedor do Nobel, já tratou 50 mil vítimas de estupro

Congolês recebeu a notícia de sua vitória quando estava na sala de operações de seu hospital, durante uma cirurgia

Denis Mukwege: é um dos premiados ao Prêmio Nobel da Paz de 2018 (Vincent Kessler/Reuters)

Denis Mukwege: é um dos premiados ao Prêmio Nobel da Paz de 2018 (Vincent Kessler/Reuters)

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AFP

Publicado em 5 de outubro de 2018 às 10h48.

O congolês Denis Mukwege, premiado nesta sexta-feira com o Nobel da Paz por seus esforços na luta contra a violência sexual como arma de guerra, recebeu a notícia de sua vitória quando estava na sala de operações de seu hospital, durante uma cirurgia.

Em um vídeo publicado na página do Facebook do hospital que ele criou em 1999 na região leste da República Democrática do Congo, várias pessoas cumprimentam Mukwege quando ele sai do local.

"Estava na sala de operações (...) de repente entraram algumas pessoas e me deram a notícia", disse Mukwege ao jornal norueguês VG.

"O doutor Mukwege estava no meio de uma operação quando ficou sabendo. Mas já saiu e está muito feliz. As pessoas comemoram e expressam sua alegria", afirmou a pneumologista sueca Ellinor Ädelroth, que estava no hospital de Panzi, à agência sueca TT.

Denis Mukwege, ginecologista de 63 anos, e Nadia Murad, de 25, ex-escrava sexual do grupo Estado Islâmico (EI), venceram o Nobel da Paz "por seus esforços para acabar com o uso da violência sexual como arma de guerra".

"Denis Mukwege dedicou toda sua vida à defensa das vítimas de violência sexual cometida em tempos de guerra", anunciou o Comitê Nobel.

Em 1999 o doutor Mukwege criou o hospital de Panzi. Ele o concebeu para permitir o parto das mulheres em excelentes condições. Em pouco tempo, o local se tornou uma clínica de tratamento dos estupros sofridos durante a segunda guerra do Congo (1998-2003), quando foram registrados muitos casos de violência contra as mulheres.

Denis Mukwege já tratou 50.000 vítimas de estupros.

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