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Democratas reelegem Pelosi à presidência da Câmara de Representantes

Ao aceitar a nomeação, Pelosi prometeu lutar contra a covid-19 e priorizar questões de saúde, segurança econômica, tribunais e mudanças climáticas

Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos (Kevin Lamarque/Reuters)

Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos (Kevin Lamarque/Reuters)

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AFP

Publicado em 19 de novembro de 2020 às 06h32.

Última atualização em 19 de novembro de 2020 às 08h32.

Os legisladores democratas americanos escolheram nesta quarta-feira (18) a presidente da Câmara de Representantes Nancy Pelosi para conduzir o partido na era de Joe Biden e presidir sua estreita maioria na Câmara.

Pelosi, de 80 anos - a mulher em mais alta posição de poder na história do Congresso dos EUA e principal rival do presidente Donald Trump no Capitólio - concorreu sem oposição para o cargo máximo.

Ela foi indicada em uma eleição virtual, a primeira do tipo, por causa da pandemia do novo coronavírus.

"Estou emocionada, animada e mal posso esperar para trabalhar com o novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden e (a vice-presidente) Kamala Harris", disse Pelosi.

Ao aceitar a nomeação, ela prometeu tomar medidas para ajudar a acabar com a crise da covid-19 e priorizar a obtenção de "justiça" para os americanos nas questões de saúde, segurança econômica, tribunais e mudanças climáticas.

Biden ligou para Pelosi para parabenizá-la e dizer que "espera trabalhar com ela e a liderança democrata na Câmara em uma agenda compartilhada para controlar a covid-19 e reconstruir nossa economia ainda melhor", afirmou sua equipe de transição.

A votação formal no plenário da Câmara para o cargo de presidente ocorrerá em janeiro, após o início da nova legislatura do Congresso e pouco antes da posse de Biden como presidente. Sua vitória é amplamente esperada.

O caucus democrata na Câmara, liderado por Pelosi desde 2003, saudou no Twitter a indicação de sua "líder destemida".

As tensões, porém, aumentaram. Na eleição de 3 de novembro, os democratas ficaram bem aquém de seu objetivo declarado de expandir sua maioria de 233 para 202. Não conseguiram destituir um único republicano e perderam pelo menos 10 cadeiras.

Algumas disputas acirradas ainda estavam sendo contadas, mas quando a poeira baixar Pelosi descobrirá que lidera uma maioria reduzida.

Questionada se ela respeitaria seu compromisso de renunciar até o final de 2022, ela disse que suas declarações anteriores permanecem. "Não quero prejudicar qualquer vantagem que eu possa ter, mas fiz a afirmação", disse Pelosi.

Embora houvesse propostas nas fileiras democratas para substituir os líderes do partido na casa ideologicamente fraturada, os três postos principais foram mais uma vez para o trio de agora octogenários encabeçado por Pelosi.

O número dois, Steny Hoyer, de 81 anos, e o número três James Clyburn, de 80, também estão em vias de renovação.

A quarta posição do partido foi a mais disputada, com a presença de membros em potencial de uma nova geração de líderes democratas.

A congressista Katherine Clark, 57, acabou prevalecendo sobre o democrata mais progressista David Cicilline, 59, o primeiro membro assumidamente gay da liderança da Câmara.

Os republicanos pintaram seus rivais democratas como esquerdistas "radicais", ávidos por impor o "socialismo" aos Estados Unidos, uma mensagem que reiteraram na terça-feira após sua própria eleição para a Câmara reeleger as lideranças do partido, incluindo o líder da minoria Kevin McCarthy.

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