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Democratas planejam ataque à estratégia de Trump para o muro

Os democratas esperam aprovar nesta terça uma resolução contra a "emergência nacional" declarada pelo presidente americano. Trump deve vetá-la

Donald Trump: presidente parte para o Vientã na base de Andrews, em Maryland (Elodie Cuzin/AFP)

Donald Trump: presidente parte para o Vientã na base de Andrews, em Maryland (Elodie Cuzin/AFP)

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AFP

Publicado em 26 de fevereiro de 2019 às 10h10.

Última atualização em 26 de fevereiro de 2019 às 10h13.

Os democratas esperam aprovar nesta terça-feira na Câmara de Representantes uma resolução contra a "emergência nacional" declarada pelo presidente Donald Trump para construir um muro na fronteira dos Estados Unidos com o México, apesar desta medida, em última instância, vir a se chocar com o veto presidencial.

Os democratas esperam dar o primeiro golpe à decisão de 15 de fevereiro de Trump de passar sobre o Congresso para acessar os fundos federais para financiar o muro, uma promessa de campanha.

No Senado, o futuro da iniciativa é mais incerto, embora a rejeição também seja grande entre alguns republicanos, que controlam a câmara alta. Se a resolução obtiver a aprovação das duas Câmaras, Trump já prometeu vetá-la.

Mas mesmo essa eventualidade marcaria um sério revés para o presidente republicano, que usaria o primeiro veto de sua presidência para forçar a aprovação de uma de suas decisões mais polêmicas.

"Espero que nossos fabulosos senadores republicanos não se deixem levar pelo caminho da segurança frágil e ineficaz da fronteira", alertou Trump no Twitter na segunda-feira.

Chamado à resistência

A medida excepcional de Trump visa a destravar fundos para construir um muro na fronteira com o México, que, segundo o presidente, impedirá a imigração ilegal, depois que o Congresso não aprovou os 5,7 bilhões de dólares necessários para sua construção.

A decisão provocou um pedido imediato de resistência na oposição democrata, mas também entre alguns republicanos que veem na medida um grave ataque contra as prerrogativas do Congresso, tradicionalmente responsáveis pelo controle dos gastos públicos.

Em três cartas abertas, dezenas de ex-legisladores republicanos, cerca de 60 ex-funcionários de todas as áreas, pelo menos meia dúzia deles que serviram sob outros presidentes republicanos, bem como a poderosa organização de direitos civis ACLU, denunciaram a "emergência nacional" na segunda-feira.

Paralelamente, 16 estados iniciaram uma batalha judicial em 18 de fevereiro com uma ação apresentada em um tribunal federal na Califórnia.

"Para defender nossa democracia, a Câmara aprovará amanhã (terça-feira) a resolução (...) buscando acabar com a declaração de emergência", prometeu a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, que na semana passada denunciou "a falsa afirmação do presidente de que há uma crise na fronteira".

A insistência de Trump de que o Congresso aprove o financiamento para a construção do muro levou a uma paralisação parcial do governo em 35 dias em dezembro e janeiro.

Finalmente, e antes do término do prazo dado pelo presidente para chegar a um novo acordo, os democratas e republicanos concordaram com um orçamento que concede quase 1,4 bilhão de dólares para construir cercas e barreiras na fronteira.

Trump concordou em promulgar esta lei orçamentária para evitar um novo "fechamento", mas ao mesmo tempo declarou a "emergência nacional".

De acordo com a Casa Branca, o presidente também poderá desbloquear fundos federais - destinados principalmente ao Pentágono - para chegar a cerca de 8 bilhões de dólares.

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