Christian Lindner: "todos precisam saber que os democratas livres só se juntarão a uma coalizão se houver uma mudança no rumo da política alemã." (Wolfgang Rattay/Reuters)
Reuters
Publicado em 27 de setembro de 2017 às 09h44.
Berlim - O líder do Partido Democratas Livres da Alemanha (FDP, na sigla em inglês) disse que sua legenda só fará uma aliança com a chanceler alemã, Angela Merkel, se houver uma mudança no rumo das políticas de governo.
O bloco conservador de Merkel continua sendo o maior do Parlamento depois da eleição nacional de domingo, mas perdeu apoio para a extrema-direita.
Como as conversas para a montagem de uma coalizão devem começar em breve, sua única opção realista agora é uma parceria com o FDP e os ambientalistas dos Verdes.
Mas estas duas forças discordam em temas que vão da energia aos impostos, a Europa e a imigração, dificultando o caminho para qualquer acordo de formação de uma chamada coalizão 'Jamaica' - uma referência às respectivas cores preto, amarelo e verde dos partidos.
Para complicar ainda mais o cenário, o bloco conservador de Merkel envolve dois partidos, sua União Democrata-Cristã (CDU) e os aliados bávaros da União Social-Cristã (CSU), que estão se mostrando um obstáculo para um acordo de coalizão.
"Algumas pessoas estão glorificando a 'Jamaica' como um projeto político romântico", disse o líder do FDP, Christian Lindner, ao jornal Die Welt.
"A verdade é que existe uma maioria aritmética, mas os quatro partidos têm cada um seu próprio mandato eleitoral. Se estes podem se aliar sem contradição e no interesse do país é algo para se ver", acrescentou.
"Política não é matemática", afirmou, acrescentando que, na dúvida, seu partido continuará na oposição. "Todos precisam saber que os democratas livres só se juntarão a uma coalizão se houver uma mudança no rumo da política alemã."