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Democratas criam "caos" em sessão e tentam parar nomeação da Suprema Corte

O Comitê de Justiça do Senado marcou para este mês a votação que vai confirmar a indicação de Amy Barrett à Suprema Corte. Republicanos têm maioria

Manifestantes favoráveis a Barrett levam placas da juíza em frente ao Senado: ela é apoiada por grupos conservadores, religiosos e contrários ao direito ao aborto (Kevin Lamarque/Reuters)

Manifestantes favoráveis a Barrett levam placas da juíza em frente ao Senado: ela é apoiada por grupos conservadores, religiosos e contrários ao direito ao aborto (Kevin Lamarque/Reuters)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 15 de outubro de 2020 às 14h10.

Última atualização em 15 de outubro de 2020 às 14h53.

A aprovação da juíza Amy Coney Barrett no Senado americano para a vaga na Suprema Corte ficou mais perto hoje, embora com turbulências. Nesta quinta-feira, 15, o Comitê de Justiça conseguiu marcar para o dia 22 de outubro a votação sobre aprovar ou não a juíza, indicada pelo presidente Donald Trump após a morte de Ruth Bader Ginsburg, a RBG.

Mas os senadores democratas do comitê não compareceram à sessão e tentaram boicotar o agendamento. Uma regra aponta que deve haver pelo menos dois senadores de cada partido na sessão, e só uma senadora estava presente. Não deu certo. A Comissão é formada por 12 republicanos e dez democratas.

Assim, com a data marcada no Comitê de Justiça, o nome de Barrett (ou ACB, como vem sendo chamada) seguirá na sequência para votação por todos os senadores. Como os republicanos têm maioria, a tendência é que o nome seja aprovado sem dificuldades.

Das 100 cadeiras no Senado, os republicanos têm 53, ante 45 dos democratas e 2 senadores independentes. 

Os republicanos querem levar o nome à votação geral já no dia seguinte, em 23 de outubro. O líder republicano no Senado, Mitch McConnell, disse hoje que há maioria dos votos para aprovar Barrett. 

Barrett passou por dois dias de sabatina do Comitê de Justiça nesta semana, na terça e quarta-feira. Nos questionamentos, a juíza se recusou a responder com detalhes sobre o que faria caso caíssem em suas mãos julgamentos sobre a eleição deste ano. Caso haja acusações de fraude ou controvérsias na eleição, os casos podem ir parar na Suprema Corte.

A juíza, que é católica e conservadora, também deixou claro seu ponto de leitura da Constituição, que afirmou que não deve ser "atualizada" pela interpretação do Judiciário.

O Partido Democrata é contra a nomeação antes da eleição presidencial, marcada para 3 de novembro. Em 2016, o então presidente Barack Obama, democrata, foi proibido pelo Senado de indicar um nome à Suprema Corte nove meses antes da eleição. Desta vez, os democratas pedem que o mesmo argumento seja usado com Trump.

O que pensam os americanos

Ao todo, a maioria da população americana é a favor de esperar a eleição para depois nomear um novo juiz na Suprema Corte. O anúncio de Trump de que nomearia o substituto de Ruth Ginsburg logo após sua morte causou críticas mesmo entre republicanos.

Passado quase um mês desde a morte de RBG, os americanos parecem estar menos críticos à nomeação rápida para a Suprema Corte.

A rejeição à nomeação do novo juiz antes da eleição caiu 5 pontos percentuais, segundo nova pesquisa de Washington Post/ABC divulgada nesta semana.

O grupo que deseja que só o próximo vencedor da eleição nomeie o indicado da Suprema Corte caiu de 57% em setembro para 52%. Outros 44% querem que a votação sobre o indicado seja feita agora.

Entre os que querem que o processo aguarde a eleição, 83% são democratas. Dos que desejam uma votação imediata, 77% são republicanos. A maior mudança veio dos independentes, grupo no qual o desejo de aguardar a eleição caiu de 63% para 51%.

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