Democratas do partido do presidente Biden comemoram resultado nas urnas (SAUL LOEB/Getty Images)
AFP
Publicado em 13 de novembro de 2022 às 15h59.
Última atualização em 13 de novembro de 2022 às 16h59.
Democratas do partido do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comemoraram neste domingo a manutenção do controle do Senado nas eleições de meio de mandato, um resultado que abala seus rivais republicanos, enquanto Donald Trump se prepara para uma possível nova candidatura presidencial em 2024.
"É motivo de comemoração", disse uma sorridente Nancy Pelosi, líder dos democratas na Câmara dos Representantes, à CNN, depois que a reeleição da senadora Catherine Cortez Masto no estado de Nevada foi anunciada no sábado.
"Quem teria pensado há dois meses que aquela 'onda vermelha' se tornaria uma gota muito pequena", brincou Pelosi, referindo-se à cor do Partido Republicano.
Diante da alta inflação e da impopularidade de Biden, líderes republicanos chegaram a prever um "tsunami" vermelho durante a votação de 8 de novembro.
O ex-presidente Trump, onipresente na campanha, tinha como objetivo surfar a onda republicana para fortalecer sua nova candidatura à Casa Branca. Um "grande anúncio" ainda é esperado nesta terça-feira, mas seu humor mudou.
Neste domingo, Trump atribuiu a derrota a Mitch McConnell, líder dos republicanos no Senado, um forte aliado durante seu mandato, mas de quem se distanciou desde o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021 por partidários do magnata.
"Ele estragou a eleição e todos o desprezam", disse o presidente republicano em sua rede social, a Truth Social, criticando McConnell por não gastar o suficiente na campanha de Blake Masters, o candidato apoiado por Trump no Arizona.
A derrota de Masters, assim como de outra das fichas de Trump em Nevada, permite que os democratas mantenham 50 assentos dos 100 no Senado e, portanto, lhes dá o domínio da Câmara alta, já que a vice-presidente Kamala Harris tem o voto de desempate.
Esse resultado ilumina o horizonte de Biden. "Sinto-me bem e estou esperançoso com os próximos dois anos", disse o presidente de Phnom Penh, no Camboja, onde se encontrou com líderes asiáticos antes de viajar para a cúpula do G20 em Bali.
Os democratas começam até a sonhar em manter sua maioria na Câmara dos Representantes.
"Ainda achamos que temos chances de vencer", afirmou Pelosi, enquanto os resultados ainda são aguardados em cerca de vinte distritos eleitorais.
De acordo com a CNN e a ABC, os republicanos detêm atualmente 211 dos 218 assentos necessários para garantir uma maioria, enquanto os democratas teriam entre 204 e 206.
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Entre os republicanos, Trump não é o único incomodado.
"O velho partido está morto, é hora de enterrá-lo", tuitou o senador Josh Hawley, uma figura republicana de direita, que pediu "a construção de algo novo".
No dia anterior, outros aliados de Trump pareciam querer desafiar os líderes do partido no Congresso, cujos cargos estarão em disputa em breve.
Entre os moderados, o governador de Maryland, Larry Hogan, apresentado como possível adversário de Trump em 2024, atribui o fiasco ao bilionário republicano.
"Esta é a terceira eleição consecutiva que Donald Trump nos fez perder", criticou Hogan no domingo à CNN. "Estou cansado de perder", disse ele, retomando um pouco da retórica que ganha força nos últimos dias na mídia conservadora.
Trump, um magnata do setor imobiliário de 76 anos, ainda assim mantém uma popularidade inegável com parte do eleitorado republicano e as pesquisas até agora mostram que ele ainda venceria uma primária republicana.
O governador da Flórida, Ron DeSantis, reeleito triunfalmente e uma nova estrela da extrema direita, aparece logo atrás nas pesquisas e pode vencer se os problemas legais do ex-presidente acabarem por desqualificá-lo.
Trump é alvo de várias investigações por seu papel no ataque à sede do Congresso e por sua gestão dos arquivos secretos da Casa Branca. No entanto, um anúncio de candidatura, o que deve acontecer na terça-feira, tornaria uma possível acusação mais sensível.