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Demissão inesperada do chefe de Gabinete provoca remodelação na Casa Branca

William Daley será substituído pelo até então diretor do Escritório de Gestão e Orçamento da Casa Branca, Jack Lew.

A notícia da saída de Daley, de 63 anos e empresário de profissão, caiu como uma bomba nos círculos políticos de Washington (Getty Images)

A notícia da saída de Daley, de 63 anos e empresário de profissão, caiu como uma bomba nos círculos políticos de Washington (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2012 às 22h14.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta segunda-feira a renúncia, em pleno início de um ano eleitoral, de seu chefe de Gabinete e braço direito, William Daley, que será substituído pelo até então diretor do Escritório de Gestão e Orçamento da Casa Branca, Jack Lew.

'Não resta dúvida que vou sentir muita falta de Bill a meu lado na Casa Branca', declarou o presidente americano em um breve discurso à imprensa. 'Foi uma decisão muito difícil para mim' permitir que o chefe de Gabinete retorne a Chicago, acrescentou.

Daley apresentou sua demissão a Obama na semana passada e pegou o governante de surpresa e, embora o líder tenha pedido que pensasse durante alguns dias, o chefe de Gabinete manteve sua decisão de retirar-se do cargo.

Segundo o líder, o motivo apresentado por Daley, que, de acordo com altos funcionários, será co-presidente da campanha de Obama nas eleições de novembro, é que 'quer passar mais tempo com sua família'.

O chefe de Gabinete esteve 'intimamente envolvido' em cada uma das grandes decisões adotadas no último ano na Casa Branca, desde o final da Guerra do Iraque e o apoio ao povo líbio até a apresentação do plano de emprego, passando pela aprovação dos tratados de livre-comércio com Coreia do Sul, Panamá e Colômbia, lembrou Obama.

Apesar disso, expressou sua 'absoluta confiança' no novo chefe de Gabinete, Jack Lew, ex-número dois do Departamento de Estado e que como diretor do Escritório de Orçamento ajudou a 'endireitar a economia'.


Segundo Obama, Lew se encarregou nos primeiros anos de sua Administração de tramitar os fundos do Departamento de Estado como 'número dois' da secretária Hillary Clinton.

Durante a Administração Clinton (1993-2001) foi também diretor do Escritório de Gestão e Orçamento, cargo à frente do qual apresentou três anos seguidos de superávit orçamentário.

A notícia da saída de Daley, de 63 anos e empresário de profissão, caiu como uma bomba nos círculos políticos de Washington, em pleno início de um ano eleitoral.

O chefe de Gabinete permaneceu apenas um ano neste posto, depois que Obama anunciou sua nomeação no dia 6 de janeiro do ano passado para substituir Rahm Emanuel, atual prefeito de Chicago.

Na ocasião, havia sido nomeado para restabelecer as boas relações entre a Casa Branca e a comunidade empresarial após uma série de atritos nos primeiros dois anos da Administração, mas esses vínculos continuaram estremecidos.

Após os primeiros meses começaram a surgir as primeiras críticas à sua gestão em um ano de intensas confrontações com o Congresso por assuntos como o aumento do teto da dívida que levaram os índices de popularidade presidenciais aos níveis mais baixos de seu mandato.

Daley tinha insinuado no último mês de outubro em entrevista concedida sem o consentimento da Casa Branca que renunciaria, apesar de ter deixado claro que pensava em permanecer até depois das eleições de novembro.

A Casa Branca anunciou no final do 2011 que as tarefas de rotina do chefe de Gabinete passariam para as mãos de outro alto funcionário, Peter Rouse, que já tinha desempenhado essa função de forma interina entre a saída de Emanuel e a chegada de Daley.

Parte de uma família com tradição política em Chicago, pois tanto seu pai como seu irmão ocuparam durante anos a Prefeitura dessa cidade, em novembro passado assumiu uma mudança em suas competências como chefe de Gabinete.

A renúncia de Daley será efetivada no final deste mês, enquanto Lew, antigo número dois no Departamento de Estado, prepara a proposta de orçamento da Casa Branca para o próximo ano fiscal, cuja apresentação no Congresso está prevista para o dia 6 de fevereiro. EFE

mv/rsd

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