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Demanda mundial de petróleo e preços vão disparar em 2035

A demanda aumentará 14% impulsionada pelos transportes, segundo projetou a AIE


	Americano pesca diante de uma perfuratriz petrolífera: o frete terrestre representa 40% da alta da demanda de combustíveis até 2035 (Mario Tama/Getty Images/AFP)

Americano pesca diante de uma perfuratriz petrolífera: o frete terrestre representa 40% da alta da demanda de combustíveis até 2035 (Mario Tama/Getty Images/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2012 às 14h44.

Paris - A demanda mundial de petróleo aumentará 14% até 2035, alcançando 99,7 milhões de barris diários (mbd), impulsionada pelos transportes, projeta a Agência Internacional da Energia (AIE), em seu relatório divulgado nesta segunda-feira, que revisa para cima, a 700.000 barris, suas últimas previsões.

A AIE, que defende os interesses dos países consumidores, também prevê um aumento do preço do barril bruto importado por seus países membros (a maioria dos países europeus, Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul, entre outros) a 125 dólares em 2035, frente aos 107 dólares de média este ano.

Esta nova previsão supõe uma alta de cinco dólares no preço que se previa no ano passado, de 120 dólares.

"O crescimento do consumo de petróleo nos países emergentes, vinculado aos transportes na China, Índia e Oriente Médio, irá compensar com folga a redução da demanda na OCDE, o que aumentará claramente a utilização de petróleo", diz a AIE, braço energético da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE).

O transporte "já representa mais da metade do consumo petroleiro mundial e esta parte crescerá, pois o parque automotivo duplicará, para 1,700 bilhão de veículos, e a demanda vinculada ao frete (transporte de mercadorias) terrestres aumentará rapidamente", diz o estudo.

O frete terrestre representa 40% da alta da demanda de combustíveis até 2035.


Quanto à produção do petróleo, a AIE considera que a produção fora da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) irá subir durante a década em curso. Contudo, o peso do grupo voltará a ser reforçado nos anos seguintes.

A produção fora da Opep deverá ficar em torno de 53 mbd depois de 2015 (contra menos de 49 mbd em 2011), sob o efeito da emergência do petróleo não convencional na América do Norte (petróleo "compacto" nos Estados Unidos), dos condensados (petróleo associado ao gás natural) e o notável aumento da produção nas costas do Brasil.

Segundo a AIE, os Estados Unidos se converterão no primeiro produtor mundial de petróleo até 2020 e exportador em torno de 2030, provocando uma profunda mudança no cenário do setor energético devido à emergência dos hidrocarbonetos não-convencionais, prevê a Agência Internacional da Energia (AIE).

Com isso, os Estados Unidos poderão obter sua independência energética e a autossuficiência neste setor, segundo o prognóstico da AIE na última edição do World Energy Outlook, seu principal estudo divulgado anualmente.

A produção dos países de fora da OPEP se manterá até 2025, mas depois cairá a cerca de 50 mbd. Paralelamente, o peso da OPEP na produção mundial - atualmente em torno de 42% - subirá a 50% até 2035.

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