Turistas em base na Antártica: a reunião de Brasília, que será realizada a portas fechadas, será encerrada no próximo 7 de maio (Vanderlei Almeida/AFP)
Da Redação
Publicado em 28 de abril de 2014 às 13h33.
Brasília - Delegações de 50 países inauguraram nesta segunda-feira em Brasília a XXXVII Reunião Consultiva do Tratado da Antártica (ATCM, na sigla em inglês), na qual durante dez dias serão debatidas, a portas fechadas, iniciativas para preservação e cooperação no continente branco.
Em entrevista coletiva, o contra-almirante Marcos Silva Rodrigues, secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, explicou hoje que as discussões se darão nos âmbitos "político, ambiental, logístico e operacional".
De acordo com Silva Rodrigues, "as questões sobre meio ambiente terão um interesse particular na reunião de Brasília pela própria fragilidade do ecossistema antártico".
O contra-almirante admitiu que "existe certa preocupação com o impacto ambiental relacionado a uma maior atividade turística" na Antártica, tendo em vista que o próprio Tratado define o continente como uma área reservada à pesquisa científica.
O Tratado da Antártica, que atualmente conta com o respaldo de 50 países, foi assinado em 1959 por Argentina, Austrália, Bélgica, Chile, França, Japão, Nova Zelândia, Noruega e África do Sul, além da extinta União Soviética, do Reino Unido e dos Estados Unidos.
No entanto, o documento entrou em vigor somente em 1961, mas já com o objetivo de preservar a Antártica como uma zona desmilitarizada, reservada exclusivamente para a pesquisa científica e na qual a exploração de recursos naturais é expressamente proibida.
Entre 1961 e 1994, as conferências consultivas do tratado foram realizadas a cada dois anos, mas, desde então, passaram a ser realizadas anualmente.
A reunião de Brasília, que será realizada a portas fechadas, será encerrada no próximo 7 de maio, quando será divulgado um comunicado detalhando os resultados dos dez dias de debates.