Mundo

Delegação das Farc diz não saber sobre sequestrados

Delegação para negociações de paz com o governo colombiano afirmou que não sabe sobre paradeiro de sequestrados


	Comandantes das Farc chegam às negociações com o governo da Colômbia, em Havana
 (Yamil Lage/AFP)

Comandantes das Farc chegam às negociações com o governo da Colômbia, em Havana (Yamil Lage/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2014 às 13h03.

Havana - A delegação das Farc para as negociações de paz com Bogotá em Havana afirmou nesta terça-feira que até agora carece de informações sobre o paradeiro do general Rubén Alzate e de outras duas pessoas que, segundo o governo de Juan Manuel Santos, foram sequestradas pela guerrilha.

"Não temos informação sobre o tema que os preocupa", afirmou o negociador Pastor Alape.

"Em duas horas daremos uma informação, de acordo com as notícias que nos chegarem", acrescentou à imprensa convocada em Havana.

Juan Manuel Santos advertiu na segunda-feira que a vontade da guerrilha das Farc de acabar com o conflito armado no país está "em teste" após o recente recrudescimento de suas ações, que motivaram a suspensão das negociações de paz.

"O compromisso das Farc está sendo testado. De sua decisão depende seguir avançando para o fim do conflito e a reconciliação", disse Santos em rede nacional de TV, exigindo a libertação das pessoas sequestradas pelas Farc nos últimos dias, incluindo um general do Exército.

No domingo, o general Rubén Alzate, o oficial de mais alta patente já capturado pelas Farc, foi detido pela guerrilha em uma zona isolada do departamento del Chocó, no oeste do país, junto com o cabo Jorge Rodríguez e a advogada Gloria Urrego. Os três viajavam para supervisionar um projeto energético.

Uma semana antes, os soldados Paulo Rivera e Jhonatan Díaz foram feitos reféns durante um ataque das Farc no departamento de Arauca, no leste da Colômbia.

A decisão de suspender os diálogos de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, que completariam dois anos na próxima quarta-feira, foi anunciada após uma reunião do presidente com a cúpula militar.

Desde o início de 2012, o grupo rebelde se comprometeu a não sequestrar mais civis, mas se reserva o direito de capturar policiais ou militares, considerados prisioneiros de guerra.

O governo de Santos e as Farc iniciaram há dois anos em Cuba um diálogo de paz para tentar acabar com um conflito armado de mais de 50 anos, mas sem decretar um cessar-fogo na Colômbia.

Esta é a quarta tentativa de alcançar a paz com as Farc, a principal guerrilha do país e a mais antiga da América Latina, criada em 1964 e que conta oficialmente com 8.000 combatentes, essencialmente mobilizados nas zonas rurais.

O atual processo com as Farc já alcançou consensos parciais em três dos seis temas na agenda: reforma rural, participação política da guerrilha e solução ao problema das drogas ilícitas.

Mas ainda faltam os temas mais complexos, como a indenização das vítimas e o abandono das armas. Também deve ser definido um mecanismo de implementação, verificação e para referendar decisões.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaColômbiaFarcSequestros

Mais de Mundo

Xi Jinping propõe desenvolvimento sustentável e inovação na Ásia-Pacífico

G20: EUA reafirmam compromisso em fortalecer Ucrânia contra escalada russa

Xi Jinping chega ao Brasil para fortalecer relações bilaterais com Lula

Brasil assina acordo para trazer gás natural da Argentina ao mercado brasileiro