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Degelo na Antártica aumentará o efeito estufa, diz pesquisa

Atualmente, 29 países - incluindo o Brasil - mantém bases e desenvolvem pesquisas na Antártica


	Geleira derrete na Antártica: além de pesquisadores e cientistas, o turismo é uma atividade regular que já leva ao continente mais de 40 mil visitantes por ano
 (Torsten Blackwood/AFP)

Geleira derrete na Antártica: além de pesquisadores e cientistas, o turismo é uma atividade regular que já leva ao continente mais de 40 mil visitantes por ano (Torsten Blackwood/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de janeiro de 2014 às 17h00.

Brasília - A Antártica é a maior reserva de água doce da Terra. Seus 14,2 milhões de quilômetros quadrados - 1,6 vezes a extensão territorial do Brasil - são cobertos por uma capa de gelo de 2 quilômetros de espessura média. Além disso, tem as maiores reservas de gelo (90%) e água doce (70%) do planeta.

Em seu estado sólido, essas reservas regulam o clima do Hemisfério Sul e distribuem umidade pelo planeta. Também resfriam a atmosfera e retiram carbono, metano e outros gases que influenciam diretamente no efeito estufa.

O Continente Antártico está situado na Região Polar Austral. Ele é formado por uma massa continental localizada quase inteiramente dentro do círculo polar antártico.

É cercado pelo Oceano Antártico, de limites imprecisos, formado pelo encontro das águas dos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, a chamada Confluência Antártica. 


As temperaturas no verão variam de 0º Celsius (ºC), no litoral, a –32º C no continente e, no inverno, variam de –15º C, no litoral, a –65º C no continente.

De acordo com informações de participantes do Seminário Antártica 2048, evento que discutiu a pesquisa na região, a possibilidade de um degelo no continente acionaria um círculo vicioso, de quanto mais degelo, mais carbono e metano seriam jogados na atmosfera e, consequentemente, acarretaria em um maior efeito estufa, temperaturas mais altas e, consequentemente, mais degelo.

Atualmente, 29 países - incluindo o Brasil - mantém bases e desenvolvem pesquisas na Antártica.

No verão, essas bases recebem mais de 4 mil pesquisadores, em cooperação científica estabelecida pelo Tratado da Antártica.

O tratado de cooperação estabelece uma moratória até 2048 para a exploração de recursos não renováveis na região. O Brasil faz parte deste acordo desde 1975 e deu início ao Programa Antártico Brasileiro (Proantar), em 1982.

Segundo o glaciologista Jefferson Simões, ainda não existe um policiamento do Tratado da Antártica. Para o pesquisador, a qualidade dos estudos e da ciência feitas na região é que determinam o status de um país no Tratado Antártico.

“O Brasil é líder na pesquisa [sobre o Continente Antártico] da América Latina. Grandes conhecimentos da química e da física são feitos na Antártica. Há organismos que estão em estado dormente há mais de 400 mil anos dentro do gelo na Antártica”, explica Simões.

Outro acordo de cooperação para estabelecer procedimentos na região, o Protocolo de Madri, assinado em 1998, determina regras a serem seguidas na execução de pesquisas científicas e no apoio logístico às estações antárticas.

O objetivo é proteger a flora e a fauna da região. Há limitações com a eliminação de resíduos e medidas preventivas contra a poluição marinha.

De acordo com a Marinha do Brasil, em três décadas, o Proantar fará uma média anual de 20 projetos de pesquisas nas áreas de oceanografia, biologia, biologia marinha, glaciologia, geologia, meteorologia e arquitetura.

Além de pesquisadores e cientistas, o turismo é uma atividade regular que já leva ao continente mais de 40 mil visitantes por ano.

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