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Defesa de Manning acusa EUA de maus-tratos em nova audiência

O soldado acusado de vazar documentos secretos ao WikiLeaks foi obrigado a dormir sem roupas e a sair ao ar livre apenas 20 minutos por dia, segundo seus advogados

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2012 às 07h50.

Fort Meade - A defesa do soldado Bradley Manning, acusado de vazar milhares de documentos secretos ao site WikiLeaks, indicou nesta terça-feira que o Governo dos Estados Unidos teria maltratado seu cliente no centro de detenção de Quantico (Virgínia), enquanto aumenta a expectativa para a primeira declaração do soldado.

O advogado civil de Manning, David Coombs, interrogou o coronel aposentado Daniel Choike, ex-responsável pelo centro no qual o soldado esteve detido durante nove meses sob severo confinamento, apesar de a defesa garantir que não foram feitos os exames psiquiátricos necessários para isso.

Em julho de 2010, Manning chegou à penitenciária com a advertência de que era seria um detendo sob "risco de suicídio", pelo que recebeu vigilância especial e foi objeto de uma série de medidas, entre elas dormir sem roupas, que foram consideradas "punitivas" por sua defesa.

Embora essa categoria tenha sido rebaixada com o passar do tempo, durante os cinco primeiros meses que passou em Quantico, Manning só pôde sair ao ar livre 20 minutos por dia.

Segundo o advogado de Manning, o soldado era mantido de pé o tempo todo e quando saía de sua cela era algemado nos pés e nas mãos e acompanhado por dois guardas.

A nova série de audiências, que começou nesta terça-feira na base militar de Fort Meade (Maryland) e irá até domingo, gerou grande expectativa, já que está previsto que nela aconteça o primeiro testemunho do soldado, embora não se saiba quando.

Entre os assuntos pendentes está a dúvida sobre se a juíza responsável, Denise Lind, aceitará o pedido da defesa para que Manning se declare culpado de algumas das acusações feitas pelo Governo.

Embora o advogado do soldado não tenha detalhado quais acusações ele admitiria, o diretor da rede de apoio a Manning, Jeff Paterson, explicou que "ele só aceita ter violado as regulações militares que fazem referência ao uso de computadores seguros e o manejo apropriado de informações".

Isso ajudaria a acelerar o julgamento, já que a Promotoria não teria que provar que Manning está por trás do vazamento ao site WikiLeaks, e espera-se que sirva à defesa para negociar a retirada da acusação mais grave, a de ajuda ao inimigo, pela qual o soldado poderia ser condenado à prisão perpétua. 

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