O ex-mordomo do papa, Paolo Gabriele (2D), ouve ao veredicto no seu julgamento: ele foi condenado a 18 meses de prisão em uma cela do Vaticano pelo vazamento (AFP)
Da Redação
Publicado em 5 de novembro de 2012 às 13h36.
Cidade do Vaticano - A defesa do técnico de informática do Vaticano negou nesta segunda-feira, na primeira audiência do julgamento por cumplicidade no vazamento de documentos, que Claudio Sciarpelletti tivesse uma "amizade próxima" com o ex-mordomo do Papa Bento XVI, condenado em outubro pelo roubo de cartas confidenciais do pontífice.
"Não tinham uma relação estreita de amizade", declarou o advogado Gianluca Benedetti.
Ele disse que o cliente não via com frequência o ex-mordomo Paolo Gabriele, que cumpre uma condenação de 18 meses de prisão em uma cela do Vaticano pelo vazamento de documentos secretos de Bento XVI.
O julgamento de Sciarpelletti, 48 anos, é o segundo processo judicial do escândalo Vatileaks. O técnico de informática trabalhava para a Secretaria de Estado do Vaticano.
Sciarpeletti, um laico especialista em informática, que foi ligado ao caso em agosto, foi envolvido depois da descoberta em seu escritório de um envelope de tamanho médio, fechado, com o selo azul da Secretaria de Estado, e no qual estava escrito "pessoal P. Gabriele".
O advogado disse que Sciarpelletti não queria obstruir a justiça e não era um amigo próximo de Gabriele, apenas se conheciam.
"Tudo surgiu por uma comunicação anônima de uma personalidade da Secretaria de Estado, que falou de contatos frequentes entre Gabriele e Sciarpelletti", disse Benedetti.
O advogado disse que Gabriele jamais pediu a Sciarpelletti que trabalhasse em seu computador pessoal durante os seis anos que trabalhou como mordomo do Papa.
A segunda audiência do julgamento, provavelmente a última, acontecerá no próximo sábado.
O técnico pode ser condenado a até 12 meses de prisão.