Redator na Exame
Publicado em 6 de fevereiro de 2025 às 06h52.
Última atualização em 6 de fevereiro de 2025 às 06h56.
Acompanhando um movimento global, a Coreia do Sul bloqueou o acesso ao DeepSeek, um serviço de inteligência artificial (IA) chinês, em dispositivos do governo. A medida foi aplicada pelos ministérios da Defesa, Relações Exteriores e Comércio, restringindo o acesso de autoridades ao serviço em aparelhos governamentais, segundo a Yonhap News.
A IA chinesa foi desenvolvida pela Hangzhou DeepSeek Artificial Intelligence Basic Technology Research Co. e recentemente abalou o setor ao lançar seu serviço gratuitamente e em código aberto para todo o mundo. A restrição imposta pela Coreia do Sul ocorre devido a preocupações com possíveis vazamentos de dados para o governo chinês.
O Ministério da Defesa sul-coreano declarou à Bloomberg News que tomou “medidas preventivas necessárias” para proteger informações sensíveis em computadores usados no trabalho.
Já o Ministério do Comércio, Indústria e Energia afirmou ter bloqueado temporariamente o acesso ao DeepSeek em dispositivos que podem se conectar a redes externas.
Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores não detalhou as ações tomadas, mas garantiu que o governo está conduzindo uma revisão de segurança sobre o uso do serviço de IA.
A Coreia do Sul não está sozinha nessa decisão. Desde o “boom” do DeepSeek, diversos governos e centenas de empresas adotaram medidas para restringir seu uso.
A Austrália baniu a IA chinesa de todos os sistemas e dispositivos governamentais, enquanto a Itália bloqueou o serviço para “proteger” dados dos consumidores. A Irlanda, por sua vez, solicitou esclarecimentos à empresa antes de tomar uma decisão final.
Na Ásia, o Japão já proibia o uso de IAs generativas em dispositivos governamentais, visando proteger informações confidenciais. No entanto, o Ministro da Transformação Digital, Masaaki Taira, esclareceu que cada ministério pode decidir individualmente sobre o uso dessas tecnologias em dispositivos que não manipulam dados críticos.
Em resposta a essa onda de restrições, o Ministério das Relações Exteriores da China reafirmou seu compromisso com a proteção da privacidade dos dados e criticou a “politização” de questões tecnológicas.
“A China protegerá firmemente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas”, declarou Guo Jiakun, representante do governo chinês.