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Decreto de Trump não é dirigido contra o Islã, diz Emirados

Segundo o chanceler do país, "os Estados Unidos tomaram uma decisão soberana"

Abdullah Al Nahyan: decreto proíbe durante três meses a entrada nos EUA de cidadãos de sete países de maioria muçulmana (Kena Betancur)

Abdullah Al Nahyan: decreto proíbe durante três meses a entrada nos EUA de cidadãos de sete países de maioria muçulmana (Kena Betancur)

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AFP

Publicado em 1 de fevereiro de 2017 às 11h29.

Última atualização em 1 de fevereiro de 2017 às 11h45.

O chanceler dos Emirados Árabes Unidos afirmou nesta quarta-feira que o decreto do presidente Donald Trump vetando a entrada nos Estados Unidos aos cidadãos de sete países de maioria muçulmana não é contra o Islã.

"Os Estados Unidos tomaram uma decisão soberana", declarou o xeque Abdullah Ben Zayed Al Nahyan, acrescentando que é "falso dizer que a decisão da nova administração americana é dirigida contra uma religião em particular".

O ministro, que falava numa coletiva de imprensa conjunta com o seu colega russo, Sergei Lavrov, acrescentou que o decreto de Trump "não diz respeito a grande maioria dos muçulmanos" e que era "provisório".

Trump assinou na sexta-feira um decreto que proíbe durante três meses a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de sete países de maioria muçulmana (Iraque, Irã, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen), com exceção daqueles com vistos diplomáticos e oficiais ou que trabalham para instituições internacionais.

Este período será usado para implementar um sistema de verificação extremamente minucioso daqueles que pretendem entrar nos Estados Unidos.

O decreto do novo presidente americano, que poderia ser expandido para outros países, provocou fortes críticas em todo o mundo.

Mas isenta vários países cujos cidadãos estiveram envolvidos em atentados no Ocidente. Dos 19 autores dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, 15 eram originários da Arábia Saudita, dois dos Emirados, um do Líbano e um do Egito.

Os Emirados Árabes Unidos e outras monarquias do Golfo, incluindo a Arábia Saudita, são aliados muito próximos dos Estados Unidos.

Sinal do desejo de Riad de manter um bom relacionamento com Washington, o ministro da Defesa saudita afirmou a seu colega americano que o seu país estava ansioso para combater o "terrorismo" ao lado da administração Trump, segundo informou nesta quarta-feira a agência oficial de notícias saudita SPA.

Durante uma conversa por telefone na terça-feira, Mohammed ben Salman, que também é vice-príncipe herdeiro da Arábia, e James Mattis, o novo secretário de Defesa dos Estados Unidos, discutiram igualmente sobre Teerã e sua "rejeição total às atividades suspeitas e intervenções do regime iraniano e de seus agentes nos assuntos de países da região".

Os Estados Unidos e a Arábia Saudita mantém uma relação estratégica há mais de sete décadas.

As relações esfriaram um pouco sob a presidência de Barack Obama, que iniciou uma aproximação com o Irã e se recusou a intervir militarmente na Síria contra o regime de Bashar al-Assad, que Riad quer a queda.

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