Mauricio Macri: presidente argentino tem sido acusado de passar por cima do Congresso para atingir seus objetivos com medidas controversas (Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2016 às 18h07.
Buenos Aires - O presidente da Argentina, Mauricio Macri, assinou um decreto para permitir que a força aérea do país rastreie e derrube voos ilegais do tráfico de drogas, em um movimento que provocou críticas de pessoas que afirmam que ele deveria consultar o Congresso antes de tomar tais medidas.
O governo argentino anunciou nesta terça-feira que Macri assinou um decreto declarando uma "emergência de segurança" em escala nacional, cumprindo uma promessa de campanha de expandir e intensificar a luta contra o crime organizado e o tráfico de drogas no país.
O decreto dá ao governo um "intenso controle sobre o espaço aéreo" e permite que a força aérea "identifique, advirta, intimide e use força" contra aeronaves que entrem no espaço aéreo argentino de forma ilegal, disse a administração.
Abater aviões do tráfico na América Latina tem sido uma questão controversa depois que forças peruanas derrubaram uma pequena aeronave que transportava missionários norte-americanos em 2001, provocando a suspensão dessa política.
O decreto foi o último de uma série de medidas controversas de Macri, que tem sido acusado de passar por cima do Congresso para atingir seus objetivos políticos.
No mês passado, o presidente tentou contornar o Congresso ao usar um decreto para nomear dois juízes da Suprema Corte, criando uma reação generalizada, mesmo entre muitos dos que o apoiam.
Nesta quarta-feira, críticos afirmaram que Macri deveria ter trabalhado com o Congresso dessa vez, especialmente porque o decreto permite que o governo derrube aviões.
"Políticas relacionadas à segurança e à luta contra o tráfico de drogas não podem ser escritas por decreto", disse a deputada Margarita Stolbizer, em um mensagem no Twitter. "Países que têm derrubado leis não diminuírem o problema do narcotráfico", completou.