Mundo

Decretada prisão preventiva de líder opositor na Venezuela

Antonio Rivero é acusado de ter incitado a violência nas manifestações da oposição depois da eleição de 14 de abril


	O general e opositor venezuelano Antonio Rivero: ele declarou em greve de fome após ser detido no último sábado
 (Miguel Gutiérrez)

O general e opositor venezuelano Antonio Rivero: ele declarou em greve de fome após ser detido no último sábado (Miguel Gutiérrez)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2013 às 08h46.

Caracas - Um tribunal de Caracas decretou, nesta segunda-feira, a prisão preventiva para o general da reserva e líder opositor Antonio Rivero, que se declarou em greve de fome após ser detido no último sábado.

Ele é acusado de ter incitado a violência nas manifestações da oposição depois da eleição de 14 de abril. Segundo uma nota da Procuradoria, Rivero foi acusado "pelos supostos crimes de instigação a delinquir e associação para delinquir".

O Tribunal "determinou a medida privativa de liberdade para o acusado", que ficará detido na sede do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin).

Na saída do tribunal, o irmão de Rivero, José Vicente, leu uma carta escrita pelo general, que também foi diretor de Defesa Civil entre 2003 e 2008. Nela, Rivero garante que não come nada desde sábado e se declara oficialmente em greve de fome.

"Trago ao conhecimento, diante da minha absoluta consideração de inocência por parte dos delitos de que me acusam e da privação do mais sagrado direito, minha liberdade, que me declaro em greve de fome, já tendo deixado de consumir alimentos desde o momento de minha detenção", escreveu Rivero.


Rivero foi preso ao meio-dia de sábado, depois de participar de uma reunião com o ministro do Interior, Miguel Rodríguez, que o convocou para esclarecer as acusações que pesam sobre o general.

Hoje, o líder da Vontade Popular, Leopoldo López, classificou Rivero de "primeiro preso político" do governo do presidente Nicolás Maduro e disse que o vídeo usado como prova pelo governo mostra o general da reserva "convocando" os estudantes a seguirem as orientações do líder da oposição Henrique Capriles e "a não entrar no caminho da violência".

Para López, Rivero foi detido por suas reiteradas denúncias sobre a presença de militares cubanos nas Forças Armadas. Ele garantiu que o caso será levado às "instâncias internacionais".

Em fevereiro, López foi acusado por tráfico de influência em um caso sobre financiamento ilegal de partidos.

Carlos Vecchio, que integra o comando de campanha "Simón Bolívar" (da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática"), denunciou que "toda essa perseguição busca esconder a verdade de tudo que aconteceu em 14 de abril".

"O governo tem dois problemas de fundo: não tem legitimidade e lhe falta liderança", criticou, referindo-se à perda de quase 700 mil votos por parte de Maduro em relação ao obtido pelo falecido presidente Hugo Chávez na eleição de 7 de outubro.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaOposição políticaPrisõesVenezuela

Mais de Mundo

Após impor tarifa de 50%, governo Trump inicia investigação comercial contra o Brasil, diz jornal

Trump confirma avanços em negociações comerciais com União Europeia

EUA impedirá que imigrantes peçam liberdade sob fiança em processo de deportação

Trump diz que vai taxar produtos do Brasil em 50% porque 'eu posso'