Candidatos se enfrentam a partir das 21h na RedeTV (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h36.
São Paulo - Neste domingo será dada a largada na fase dos grandes debates na TV. Na reta final da campanha, os principais candidatos à Presidência José Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) - enfrentam-se diante das câmeras em busca do voto dos indecisos. Receberão a ajuda de crescentes índices de audiência.
O debate da Rede TV promovido em parceria com o jornal Folha de S.Paulo está marcado para 21h e contará, também, com a presença de Plínio de Arruda Sampaio (PSOL). O último - e mais esperado - confronto será o da Rede Globo, em 30 de setembro, a apenas três dias do pleito.
Mesmo de olho na telinha, porém, o eleitor corre o risco de continuar sem saber bem que propostas defende cada presidenciável. Os debates, nesse período de campanha, ficam mais no campo da disputa ideológica do que nas propostas. A TV vira um palanque de exposição, diz a historiadora e mestre em Sociologia Jacqueline Quaresemin, professora da pós-graduação da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).
Ainda assim, acredita a analista, o eleitor poderá ser influenciado, pois quem ainda não se informou sobre a disputa terá uma impressão geral sobre o comportamento e a posição política dos candidatos. Quem está indeciso precisa saber quem são os candidatos, senão vai fazer o que na frente da urna?, completa Jaqueline.
Até agora, os debates televisivos registraram fraca audiência. Feito no mesmo dia e horário de um jogo decisivo da Copa Libertadores da América, o debate da Band amargou três pontos no Ibope. A Rede Globo, que transmitia a partida de futebol, atingiu 29 pontos. O debate da TV Gazeta em parceria com O Estado de S.Paulo teve em média 0,8 ponto. Na mesma noite, a Globo passava um jogo do Corinthians pelo Campeonato Brasileiro.
Deu-se na internet, por enquanto, o embate mais quente dessas eleições, com os até então comedidos Serra e Marina partindo para o ataque. O evento, promovido pela Folha e pelo portal UOL, registrou quase 1,5 milhão de streams, ou seja, exibições do vídeo de transmissão do debate a partir do site.
Os próximos encontros entre os candidatos serão na Record, no dia 26, e, por fim, na Globo, no dia 30. Para se ter uma ideia da abrangência do debate da Globo, no primeiro turno das eleições presidenciais de 2006, o debate, realizado em 28 de setembro, marcou 31 pontos no Ibope. A marca superou a média de audiência para o horário em agosto daquele ano, de 23 pontos.
A emissora carioca foi a primeira a inovar na posição dos candidatos. Como nos Estados Unidos, os presidenciáveis ficam de pé e têm liberdade para caminhar pelo estúdio. Ao contrário do que foi feito até agora, a Globo destinará os quatro blocos do programa para perguntas entre os candidatos.
Presença de Dilma O evento desta noite marca a volta de Dilma. Ausente nos dois últimos debates, promovidos pela Rede Aparecida com a TV Canção Nova e pela TV Gazeta, Dilma acabou alvejada pelos adversários. A discussão de temas e propostas para o país foi deixada de lado por Serra e Plínio, que preferiram acusar Dilma de "esconder" suas ideias e "fugir" da exposição pública. Marina resistiu a criticar a petista e apontou "desperdício" do tempo do debate pelos adversários.
A analista política Jaqueline Quaresemin considera faltar ao debate uma estratégia antiga dos que lideram o cenário eleitoral. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, faltou ao debate da TV Globo, no primeiro turno de 2006. Em nota à emissora, na época, ele disse ter decidido evitar a "virulência" dos adversários. "Quem está na frente nas pesquisas busca se preservar", diz Jaqueline. "Quem tem de correr atrás de visibilidade são os outros."