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Debate sobre conservação de edifícios do nazismo continua

Investimento para restaurar cenário dos grandes congressos do partido nazista reabre na Alemanha o debate sobre a manutenção dos edifícios do horror de Hitler


	Bandeira da Alemanha: tribuna de onde Hitler fazia discursos aos membros de seu partido e presenciava desfiles em sua honra apresenta problemas
 (Miguel Villagran/Getty Images)

Bandeira da Alemanha: tribuna de onde Hitler fazia discursos aos membros de seu partido e presenciava desfiles em sua honra apresenta problemas (Miguel Villagran/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2013 às 09h25.

Berlim - O investimento de 70 milhões de euros necessário para restaurar a "tribuna Zeppelin" de Nuremberg, cenário dos grandes congressos do partido nazista, reabre na Alemanha o debate latente sobre a manutenção dos edifícios do horror de Hitler.

Há anos, a tribuna de onde Adolf Hitler fazia seus discursos aos membros de seu partido e presenciava grandiosos desfiles em sua honra apresenta problemas de impermeabilização e estrutura, colocando em risco a segurança dos visitantes.

De acordo com números fornecidos esta semana pelo jornal bávaro "Süddeutsche Zeitung", as obras de reabilitação chegariam a 70 milhões de euros, custo que tem enfrentado os que se mostram reticentes a lembrar o passado e os que defendem a importância de respeitar a história de um monumento que recebe 200 mil visitantes por ano.

O regime nazista acabou há mais de meio século e hoje vários edifícios e construções se encontram em uma situação similar à tribuna do campo Zeppelin, enquanto outros foram completamente transformados, apagando seu lugar na história.

É o caso, por exemplo, da antiga prisão de Spandau, situada no oeste de Berlim, onde atualmente está sendo construído um centro comercial.

Construída em 1876 como uma prisão militar, foi mais tarde utilizada para prender civis, mas somente após a 2ª Guerra Mundial atingiu relevância internacional.

Para lá foram enviados vários dos dirigentes mais importantes do nazismo condenados em julgamentos de Nuremberg.

Quem ficou mais tempo preso foi Rudolf Hess, chefe do partido nazista e braço direito de Hitler, que, condenado à prisão perpétua, foi durante duas décadas o único "hóspede" de Spandau, até se suicidar em 1987.

Após sua morte, a prisão de Spandau, cuja direção se alternava mensalmente entre as quatro potências aliadas, foi demolida e substituída pelo atual centro comercial. Em outras ocasiões, o país optou por manter, sem alterar, a lembrança da guerra.


Alguns exemplos são as igrejas de São Nicolau em Hamburgo e a Gedächtniskirche de Berlim (em alemão, igreja da lembrança) destruídas após a Operação Gomorra e a Batalha de Berlim, respectivamente.

Após o fim da guerra, as duas cidades decidiram conservar suas paredes metade demolidas e suas pedras enegrecidas como memorial.

Às vezes, na ausência de ruínas visíveis, apenas um sinal de aviso de que, aparentemente, não tem nada especial, como o estacionamento de Berlim onde era o bunker onde Hitler e sua cúpula passaram seus últimos dias.

Em 2 de maio de 1945, as tropas soviéticas entraram no refúgio onde Hitler e Eva Braun se suicidaram horas depois de se casar, e onde Magda Goebbles, esposa do ministro da propaganda, Joseph Goebbels, envenenou com cianureto seus seis filhos para depois se suicidar com o seu marido.

Os restos do bunker foram parcialmente derruídos pelas tropas soviéticas em 1947, caindo no esquecimento até que em 1988 o governo da República Democrática Alemã (RDA) construiu um complexo de apartamentos sobre ele.

Também ficou relegada ao esquecimento a colina de Teufelsberg, na cidade berlinense de Grunewald.

Originalmente uma escola técnica militar nazista, sua solidez tornou impossível sua demolição completa, por isso começou a ser coberta com restos de outros edifícios da cidade até que se transformou no ponto mais alto da capital.

Durante a Guerra Fria, a Agência de Segurança Nacional americana (NSA) construiu uma estação de escuta eletrônica, mas com a queda do Muro foi completamente abandonada até que foi adquirida pelo diretor de cinema David Lynch.

O diretor de "Veludo Azul" anunciou sua intenção de usar a área para construir um Centro de Meditação Transcendental, movimento a que pertence, embora até o momento o local sirva como área de lazer para os moradores de Belim.

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