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De Trump a Xi, G20 terá encontros bilaterais explosivos

Estados Unidos vs. China e Turquia vs. Arábia Saudita estão entre os encontros aguardados. Temer vira último sopro de um Brasil aberto à globalização

Presidentes da China e dos EUA: encontro entre os dois representantes ainda não tem data marcada (Thomas Peter/Reuters)

Presidentes da China e dos EUA: encontro entre os dois representantes ainda não tem data marcada (Thomas Peter/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2018 às 07h54.

O encontro das 20 maiores economias do mundo mais a União Europeia ocorrerá nesta sexta-feira, em Buenos Aires, mas os encontros bilaterais entre os países terão início nesta segunda. E são desses encontros que podem surgir resoluções importantes não somente para os respectivos países, mas para o mundo todo.

É o caso do esperado encontro entre o presidente chinês, Xi Jinping, com o presidente americano Donald Trump. O encontro não tem data marcada, mas o assunto já é sabido por todos: a guerra comercial. O governo americano impôs tarifas punitivas às importações chinesas no valor de 250 bilhões de dólares por ano. Do outro lado, o governo chinês impôs tarifas no mesmo valor sobre mercadorias americanas.

Para a Organização Mundial do Comércio (OMC), o conflito pode levar a profunda recessão mundial e uma escalada de barreiras comerciais em todo o mundo. “Esperamos que os dois lados possam trabalhar juntos com respeito mútuo, equilíbrio, honestidade e possam finalmente encontrar uma solução para o problema”, disse o vice-ministro chinês do Comércio, Wang Shouwen, em uma entrevista coletiva em Pequim, na semana passada.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, pode se reunir com o príncipe herdeiro saudita Mohamed bin Salman, mais de um mês após o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi no consulado da Arábia Saudita em Istambul.

O assassinato do jornalista crítico de Riad provocou indignação internacional e abalou consideravelmente a imagem da Arábia Saudita, em particular a de Mohamed bin Salman, acusado pela imprensa e fontes do governo turco de ter ordenado a morte de Khashoggi. Erdogan nunca acusou abertamente o príncipe herdeiro, mas afirmou que a ordem para matar Khashoggi veio das “mais altas esferas” do Estado saudita.

Além destes encontros, o anfitrião do G20, o presidente argentino Mauricio Macri, também terá reuniões bilaterais para se ocupar enquanto o encontro oficial não tem início. Na quinta-feira, Macri se encontrará com o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, para discutir acordos e parcerias comerciais entre os países.

Às vésperas de hospedar a reunião de líderes do G20, a Argentina espera ter introduzido a ideia de que é necessário modernizar os modos de realizar comércio internacional. O país também espera por manifestações e protestos de civis, durante o encontro, que ocorre nos dias 30 e 1º de dezembro.

O presidente Michel Temer irá à reunião, sem a companhia do presidente eleito Jair Bolsonaro. Segundo o Itamaraty, Bolsonaro não confirmou sua ida por questões de saúde. Temer não possui,até aqui, nenhum encontro bilateral agendado. Mas sua presença na Argentina ganhou novos tons de importância depois de Bolsonaro e sua equipe desdenharem do Mercosul e da China, e sinalizarem uma guinada anti-globalização na política externa.

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