O ex-presidente dos EUA e candidato presidencial republicano Donald Trump fala durante um comício de campanha no Madison Square Garden, em Nova York, 27 de outubro de 2024 (ANGELA WEISS/AFP)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 5 de novembro de 2024 às 04h30.
Os Estados Unidos decidirão na próxima terça-feira, dia 5, quem presidirá o país pelos próximos quatro anos. Nesta eleição, concorrem a atual vice-presidente e democrata Kamala Harris e o ex-presidente republicano Donald Trump.
No país, há voto indireto, e a corrida pela Casa Branca é definida pelo Colégio Eleitoral. Ali, é preciso obter 270 dos 538 votos para garantir a Presidência. Assim, a estratégia de Trump deve focar não apenas em vencer estados com grande número de eleitores, mas também em consolidar o apoio em estados considerados essenciais.
Os votos dos eleitores devem ser seguidos pelos delegados de cada estado no Colégio Eleitoral. Cada estado possui um número de delegados que varia entre 3 e 54, conforme sua população. Após o voto popular, cada estado apura os números localmente, informa o vencedor, e o candidato mais votado recebe os votos dos delegados daquele estado.
As exceções à esta regra são Maine e Nebraska, que dividem os delegados de acordo com o vencedor em cada região do estado.
Não há um órgão centralizador federal, como o TSE no Brasil. Assim, a contagem do resultado nacional é feita pela imprensa, que anuncia o vencedor quando um deles obter o mínimo de 270 delegados
A maioria dos estados americanos tende a apoiar de forma seguida um dos partidos — Republicano ou Democrata — nas eleições. Esses estados são conhecidos como “safe states” (ou "estados seguros", em português).
Dependendo do partido, chamam-se estados azuis ("blue states") para os Democratas, e estados vermelhos ("red states") para os Republicanos. No entanto, outros estados são considerados “estados-pêndulo” (swing states), pois historicamente alternam entre os partidos a cada eleição.
Para ser presidente, é preciso vencer em ao menos alguns dos swing states, que nesta eleição são: Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin. Juntos, eles somam 93 delegados em disputa.
Em 2016, Donald Trump conquistou a Flórida, onde a candidata democrata Hillary Clinton liderou por uma pequena margem durante parte da apuração. O estado havia sido vencido anteriormente por Barack Obama em suas duas eleições. Além disso, em um movimento inesperado, Michigan, Wisconsin e Pensilvânia — estados que não votavam em um republicano desde os anos 1980 — deram a vitória ao republicano, contrariando projeções e sondagens.
Em 2020, Joe Biden venceu após conquistar quase todos eles. O democrata venceu no Arizona, Nevada, Wisconsin, Michigan, Pensilvânia e Geórgia. Com isso, somou 306 votos no colégio eleitoral.
Segundo o site 270towin, ele teria ao menos 219 votos no Colégio Eleitoral praticamente garantidos, e teria de obter mais cerca de 50 para levar a Presidência.
Vitórias na Pensilvânia (19 delegados), Michigan (15 delegados) e Carolina do Norte (16 delegad0s), poderiam selar a vitória. As pesquisas, no entanto, mostram um cenário de empate técnico em todos eles, a poucos dias da votação.