O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, fala durante uma entrevista coletiva com o chanceler alemão Olaf Scholz (D) após suas conversas na Chancelaria em Berlim, em 18 de janeiro de 2022. (HANNIBAL HANSCHKE/AFP)
AFP
Publicado em 24 de janeiro de 2022 às 09h35.
Última atualização em 24 de janeiro de 2022 às 09h36.
Os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) reforçaram a capacidade de defesa do flanco leste da Europa, com o envio de aviões e navios para contrabalançar a concentração de tropas russas na fronteira com a Ucrânia - anunciou a instituição nesta segunda-feira (24).
Os países da Aliança "estão pondo forças em estado de alerta e enviando navios e aviões de combate adicionais para deslocamentos da OTAN no Leste Europeu, reforçando a dissuasão e a defesa", disse a Aliança Atlântica em um comunicado.
"A OTAN continuará tomando todas as medidas necessárias para proteger e defender todos os aliados, inclusive reforçando a parte oriental da aliança", afirmou seu secretário-geral, Jens Stoltenberg, na nota.
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A organização destacou que a Espanha "está enviando navios para se juntarem às forças navais da OTAN e está considerando enviar aviões de combate para a Bulgária", entre outras iniciativas.
"A Dinamarca enviará uma fragata para o Mar Báltico e mobilizará quatro caças F-16 para a Lituânia em apoio à missão de vigilância aérea da OTAN na região", acrescentou a aliança militar.
Do mesmo modo, completa a nota divulgada, a França "manifestou sua disposição de enviar tropas para a Romênia sob o comando da OTAN".
Enquanto isso, a Holanda enviará "dois caças F-35 para a Bulgária, a partir de abril, para apoiar as atividades de vigilância aérea da OTAN na região e colocará um navio e unidades terrestres de prontidão para a Força de Resposta da OTAN".
O principal aliado da organização, os Estados Unidos, "também deixou claro que planeja aumentar sua presença militar na zona leste da aliança", disse Stoltenberg.
O Kremlin reagiu ao anúncio e acusou OTAN e Estados Unidos, também nesta segunda-feira, de "exacerbarem" as tensões, ao decidirem enviar navios e aviões de combate para a Europa Oriental.
"As tensões se exacerbaram com os anúncios e as ações muito concretas por parte dos Estados Unidos e da OTAN", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à imprensa.
O porta-voz considerou "muito alto" o risco de uma ofensiva de Kiev contra separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia.
Nesta crise, que segue em escalada, os países ocidentais acusam a Rússia de enviar tanques, artilharia e cerca de 100.000 soldados para a fronteira com a Ucrânia, para se preparar para um ataque.
A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas condiciona a desescalada a assinatura de tratados que garantam a não expansão da OTAN, em particular para a Ucrânia, assim como a retirada da Aliança Atlântica do Leste Europeu. Os ocidentais consideram tais demandas inaceitáveis.
Estados Unidos e União Europeia ameaçaram Moscou com "consequências em massa" se invadir a Ucrânia, embora chegar a um consenso sobre medidas duras entre os 27 membros do bloco europeu seja uma tarefa complexa.