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De Berlim a Belém: o legado de trinta cúpulas até a COP30

Reunião da ONU sobre o clima retorna ao Brasil após três décadas e uma tentativa frustrada de sediar a COP25

pré cop30 brasília (Rafa Neddermeyer/ COP30)

pré cop30 brasília (Rafa Neddermeyer/ COP30)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 2 de novembro de 2025 às 06h00.

Última atualização em 2 de novembro de 2025 às 11h11.

A trajetória que começou em Berlim em 1995 e atravessou os cinco continentes chega a um ponto simbólico. Em novembro de 2025, o Brasil receberá a COP30 em Belém do Pará, às portas da Amazônia, encerrando três décadas de cúpulas climáticas organizadas pela ONU. O encontro ocorrerá entre os dias 10 a 21 do mês e deverá ser o mais importante desde o Acordo de Paris, firmado há dez anos, marco que obriga os países a apresentar novas metas — as chamadas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês) — para ampliar a ambição global de mitigação do aquecimento.

A COP30 marca também a volta do evento ao país que quase o sediou em 2019: a COP25 era originalmente prevista para o Brasil, mas o governo à época declinou do convite, levando a cúpula a ser realocada para Madri. A realização em Belém, portanto, tem um valor político e simbólico adicional — reaproxima o país da diplomacia ambiental e destaca a Amazônia como território-chave para a transição climática global.

A realização das COPs, sigla para Conferências das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, decorre do compromisso assinado durante a Eco-92, também chamada de Cúpula da Terra, realizada no Rio de Janeiro em 1992. Aquele evento estabeleceu a base institucional para que as nações se reunissem anualmente e monitorassem o avanço na redução das emissões de gases de efeito estufa. A convenção entrou em vigor em 1994 e, desde então, apenas uma edição deixou de ocorrer — a de 2020, cancelada por causa da pandemia de covid-19 e reagendada para o ano seguinte, em Glasgow.

O histórico das cúpulas mostra avanços lentos, mas cumulativos. A primeira, a COP1, em Berlim, apenas registrou a intenção de reduzir emissões. Dois anos depois, em 1997, a COP3 em Quioto produziu o primeiro acordo vinculante da história climática: o Protocolo de Quioto, que obrigou países industrializados a cortar emissões.

Nos anos seguintes, encontros em Bali (2007), Cancún (2010) e Durban (2011) ajustaram o caminho para um acordo global mais abrangente. Esse pacto surgiria na COP21, em Paris (2015), quando 195 países assinaram o histórico Acordo de Paris, comprometendo-se a conter o aquecimento abaixo de 2 °C e, idealmente, de 1,5 °C.

O ciclo recente das COPs trouxe novas frentes de ação. A COP26, em Glasgow (2021), estimulou a redução do uso do carvão; a COP27, em Sharm el-Sheikh (2022), criou o fundo de “perdas e danos” para países vulneráveis; e a COP28, em Dubai (2023), reconheceu oficialmente a necessidade de transição para além dos combustíveis fósseis.

Em Baku, na COP29 (2024), foi firmado um acordo de financiamento climático que prevê US$ 1,3 trilhão até 2035, com contribuições anuais de pelo menos US$ 300 bilhões de países ricos a nações em desenvolvimento.

Com a COP30, a diplomacia climática retorna ao Brasil num momento em que o país tenta conciliar o protagonismo internacional com desafios domésticos de desmatamento e transição energética. A escolha de Belém como sede simboliza o esforço de colocar a Amazônia — e, por extensão, os povos e economias que dependem dela — no centro das decisões sobre o futuro climático do planeta.

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