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Davutoglu pede que Europa mude política com Síria

"O drama humanitário atingiu a Europa hoje. Ontem ficaram calados e insensíveis, mas hoje a amarga verdade bate à porta"


	Atentado: "Por trás destes execráveis ataques, está a política equivocada do Ocidente e de toda a comunidade internacional na Síria"
 (Kenzo Tribouillard / AFP)

Atentado: "Por trás destes execráveis ataques, está a política equivocada do Ocidente e de toda a comunidade internacional na Síria" (Kenzo Tribouillard / AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de março de 2016 às 12h01.

Istambul - O primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, afirmou nesta quarta-feira que se a Europa quiser evitar atentados em seu território será preciso mudar sua política na Síria e, principalmente, deixar de apoiar as milícias curdas, aliadas dos EUA na luta contra o Estado Islâmico (EI).

"O drama humanitário atingiu a Europa hoje. Ontem ficaram calados e insensíveis, mas hoje a amarga verdade bate à porta: é preciso que a Europa mude radicalmente a política no assunto da Síria. Por trás destes execráveis ataques, está a política equivocada do Ocidente e de toda a comunidade internacional na Síria", afirmou o líder durante discurso no parlamento, recolhido pelo jornal "Hürriyet".

Na opinião de Davutoglu, o maior erro consiste em apoiar as milícias do partido curdo laico União e Democracia (PYD), que foram reconhecidos pelos EUA como as forças terrestres mais eficazes contra o EI na Síria.

A expansão do PYD no norte da Síria despertou as suspeitas da Turquia, que acusa essa organização de ter relações com o grupo armado Partido de Trabalhadores do Curdistão (PKK), classificado como terrorista por Ancara, pela União Europeia e pelos EUA.

"Me dirijo ao Ocidente e a toda a comunidade internacional que discretamente está mimando o PYD: se nossos amigos europeus não agirem juntos conosco, se não combaterem o terrorismo, as organizações terroristas PKK e PYD se unirão com a organização terrorista EI, a qual agora veem como inimiga, e juntas continuarão a atacar a Turquia e toda a Europa", declarou Davutoglu.

No entanto, as milícias curdas são as únicas que combateram os terroristas do EI desde o princípio no terreno.

A Turquia sofreu seis grandes atentados suicidas desde julho do ano passado, quatro atribuídos a jihadistas do EI e dois a uma facção marxista radical da guerrilha curda.

Dois dos ataques do EI se dirigiram contra setores simpatizantes da esquerda curda e outros dois contra turistas.

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