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Davos discute riscos da economia americana

O Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça, começou ontem (21/1) com clima de otimismo. Líderes de governo e da iniciativa privada discutiram as perspectivas da economia mundial e explicitaram um dos principais temas que permearão as discussões do evento nos próximos três dias: os riscos embutidos na economia americana, que voltou a crescer […]

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Da Redação

Publicado em 26 de janeiro de 2011 às 12h37.

O Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça, começou ontem (21/1) com clima de otimismo. Líderes de governo e da iniciativa privada discutiram as perspectivas da economia mundial e explicitaram um dos principais temas que permearão as discussões do evento nos próximos três dias: os riscos embutidos na economia americana, que voltou a crescer e a levar junto com ela o resto do mundo, mas que está com sérios problemas nas suas contas externas e internas.

Mesmo com uma previsão de crescimento de 3,5% da economia mundial este ano, Sthepen S. Roach, economista-chefe do Morgan Stanley, afirmou que é preciso lembrar que esse desempenho está atrelado a um único motor, a economia dos Estados Unidos, afetada por um déficit de 710 bilhões de dólares - o maior já registrado no país e no mundo.

Além de Roach, já famoso por seus prognósticos pessimistas, outros participantes do debate também expressaram a mesma apreensão. Para Laura D. Tyson, ex-assessora de Bill Clinton e diretora da London Business School, dentro de dez anos o país não poderá mais contar com o superávit do seu sistema de saúde, o que só contribuirá para a piora do seu desempenho fiscal.

Os mais pessimistas também destacaram a redução sofrida pela poupança interna dos Estados Unidos na última década e a possibilidade de que ela encolha ainda mais graças ao déficit fiscal provocado pela redução de impostos e gastos excessivos do governo Bush. Como conseqüência, o crescimento do país está cada vez mais dependente dos aportes de recursos estrangeiros, sobretudo asiáticos, via compra de títulos americanos.


Houve, no entanto, quem colocasse panos quentes nos desajustes americanos. Jakob Frenkel, presidente da Merryll Lynch International e ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), disse acreditar na flexibilidade e poder de recuperação da economia americana frente a choques econômicos.

Os cenários futuros para o resto do mundo também não foram animadores. Com exceção da dinâmica economia da China, que poderá continuar crescendo num ritmo de 8% ao ano, nos próximos anos, a Europa mostra sinais de avanço a passos lentos. Já o Japão ainda sofre os impactos de um longo período de deflação e só ensaia uma recuperação.

Ao contrário do que ocorreu nos últimos anos, as economias latino-americanas não foram citadas durante a discussão. Dentre os países em desenvolvimento, o único que recebeu alguma menção foi a Índia, destacada por seu desenvolvimento na área de informática e oferta de mão de obra qualificada e barata, que atrai cada vez mais empresas americanas do setor.

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