Danilo Medina Presidente eleito da República Dominicana, visita Dilma Rousseff: Medina foi conhecido como um bom estudante e solidário (Roberto Stuckert Filho/PR)
Da Redação
Publicado em 16 de agosto de 2012 às 21h34.
Santo Domingo - O economista Danilo Medina, que assumirá nesta quinta-feira o poder na República Dominicana, é um estrategista fleumático com ampla experiência de Estado, que aspira a fazer ''o que nunca se fez'' na nação de quase 10 milhões de habitantes.
A chegada à presidência é a consagração de sua longa carreira política, que iniciou na cidade de Arroyo Calo, na província San Juan da Maguana, onde nasceu há 60 anos, e que em breve transferiu às salas de aula da Universidade Autônoma de Santo Domingo (UASD), onde estudou engenharia química.
''Chegarei ao Palácio Nacional com meu coração para os pobres, mas com um chicote para os desonestos'', exclamou Medina em seu discurso de proclamação como candidato do governista Partido da Libertação Dominicana (PLD, liberal) em agosto de 2011, frase com a qual quis definir seu então hipotético governo.
Sua ascensão na política esteve marcada pelas características de seu temperamento: pragmatismo, disciplina e perseverança.
A par de suas inquietações partidárias e ideológicas, Medina foi conhecido como um bom estudante e solidário com seus companheiros.
Durante a universidade, decide seguir os passos do ex-presidente Juan Bosch de abandonar o Partido Revolucionário Dominicano (PRD) e fundar o PLD - naquela época, de quadros marxistas e que hoje o leva à Presidência.
Desde essa época trabalhou ''sem pressa, mas sem pausa'' dentro da nova formação, chegando a estreitar vínculos com o próprio Bosch, que o alçou ao Comitê Central do partido.
Anos após sua passagem pela UASD, Medina se graduou em Economia no prestigioso Instituto Tecnológico de Santo Domingo (Intec).
Em 1986 obteve sua primeira cadeira como deputado, que renovou em 1990, e quatro anos mais tarde alcançou um terceiro período consecutivo e foi eleito, além disso, presidente da Câmara dos Deputados.
Desde esse cargo, Medina teve um papel de primeira linha na solução da grave crise institucional surgida no país após as eleições gerais de maio de 1994, que enfrentou ao ex-presidente Joaquín Balaguer e ao ex-líder do PRD José Francisco Peña Gómez.
Nas eleições de 1996 assumiu um papel estelar como diretor de campanha da candidatura do futuro ex-presidente do país, Leonel Fernández, nas quais seu partido alcançou pela primeira vez o poder, quadriênio no qual ocupou o influente cargo de ministro da Presidência.
Depois de obter a candidatura à Presidência pelo PLD em 1999, Danilo Medina foi derrotado nas urnas por Hipólito Mejía (2000-2004), do social-democrata Partido Revolucionário Dominicano (PRD).
A carreira política do presidente eleito dominicano voltou ao primeiro plano em 2004 quando dirigiu novamente a campanha de Fernández, que frustrou as aspirações de reeleição de Mejía e assumiu pela segunda vez a chefia do Estado.
Medina retornou a seu antigo cargo de ministro da presidência mas, em 2006, renunciou para disputar com Fernández a candidatura presidencial do PLD ao ano seguinte.
Desde essa data, as relações entre ambos estiveram praticamente ''congeladas'', até o ano passado, quando legisladores governistas seguidores de Fernández e funcionários de seu governo manifestaram seu apoio.
Esse apoio ajudou Medina a ganhar as eleições de 20 de maio após derrotar justamente Hipólito Mejía, que alegou irregularidades nas eleições, embora justo ontem tenha feito um discurso no qual ofereceu ao novo governante ajuda ''naquelas ações dirigidas a beneficiar às grandes maiorias''.
Em declarações emitidas em junho passado, ao receber o certificado que aprova sua vitória, Medina admitiu o adverso panorama econômico mundial, mas assegurou que está ''preparado'' para governar o país ''nos bons e nos maus momentos''.
''Decidi servir a meu país em qualquer circunstância, por isso não me assustam os maus momentos que o mundo está vivendo, não tenho medo de enfrentar decisões e dificuldades'', expressou Medina, que terá como vice-presidente Margarita Cedeño, a esposa de Leonel Fernández.
Educado em uma família cristã, o economista com reputação de trabalhador incansável promete aos dominicanos um governo de igualdade de oportunidades.
O novo presidente é marido da psicóloga Cándida Montilla, com quem foi pai de três filhas.