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Daniel Noboa, presidente do Equador, será candidato a reeleição em 2025

Noboa lidera as intenções de voto, com 32%, seguido pelo ex-ministro Gustavo Jalkh, apoiador do ex-presidente socialista Rafael Correa, com 15%

O presidente equatoriano, Daniel Noboa, durante convenção do partido ( Rodrigo BUENDIA/AFP)

O presidente equatoriano, Daniel Noboa, durante convenção do partido ( Rodrigo BUENDIA/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 9 de agosto de 2024 às 19h32.

Última atualização em 9 de agosto de 2024 às 19h32.

O presidente do Equador, Daniel Noboa, no poder desde novembro, buscará reeleição nas eleições de fevereiro de 2025, anunciou seu partido nesta sexta-feira. Por unanimidade, ele foi escolhido pela sigla, Ação Democrática Nacional (ADN), durante uma convenção em Quito. A sua atual secretária do programa Crescer sem Desnutrição Infantil, María José Pinto, virá como vice da chapa.

Os dois assinaram a declaração de aceitação da candidatura em meio a gritos de "Noboa, presidente" e "Um único turno" de centenas de apoiadores que participaram da reunião, realizada em um hotel no norte da capital. Sorridente, Noboa levantou o braço em sinal de vitória.

— Este é o início de uma transformação maior — declarou, gabando-se de ter sido o candidato que "mais lutou contra os maus" políticos nas últimas eleições presidenciais.

Líder nas pesquisas

Noboa lidera as intenções de voto, com 32%, seguido pelo ex-ministro Gustavo Jalkh, apoiador do ex-presidente socialista da oposição Rafael Correa (2007-2017), com 15%, e pelo líder indígena Leônidas Iza (4%), de acordo com uma pesquisa do instituto Comunicaliza feita no final de julho, sem nenhum candidato oficialmente nomeado.

A ADN, criada por Noboa para as próximas eleições, também lançou seus candidatos à Assembleia Nacional e ao Parlamento Andino. As eleições estão marcadas para 9 de fevereiro.

A mãe do presidente, Annabella Azín, encabeçará a lista de candidatos a membros da Assembleia Nacional. Filho do milionário bananeiro Alvaro Noboa, que se candidatou à Presidência cinco vezes sem sucesso, o atual mandatário já havia revelado suas aspirações à reeleição.

Em fevereiro, em meio à sua guerra contra o tráfico de drogas e o crime organizado, Noboa disse que "o trabalho ainda não estava "terminado" e que ele precisava de "mais tempo".

— A reeleição é necessária — acrescentou na ocasião.

Se a população pedir "que eu seja candidato novamente, não posso dizer não", disse na época o chefe de Estado, que tem um índice de popularidade de 56%, de acordo com o Comunicaliza. No início do ano, em meio ao estado de emergência declarado no país diante da crise de segurança pública, sua aprovação ultrapassou 80%.

Linha dura

Noboa, um empresário que se tornou o governante mais jovem da história do Equador aos 36 anos, tem um relacionamento distante com sua atual vice-presidente, Veronica Abad, que ele enviou em dezembro como embaixadora em Israel.

Por lei, o presidente não pode destituir Abad do cargo, com quem tem uma rixa notória desde a campanha e com quem terá de assumir temporariamente a Presidência quando registrar sua candidatura no Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Noboa concentrou seu governo de curto prazo em políticas rígidas contra as organizações de narcotráfico que aterrorizam o país. Diante de uma onda de violência, em janeiro o presidente declarou o país em conflito armado interno e enviou os militares às ruas para combater cerca de 20 gangues, que ele classificou como terroristas e beligerantes.

A crise de segurança causou mal-estar entre 50% da população em janeiro, de acordo com a pesquisa, quando a fuga de um líder criminoso de uma prisão provocou um ataque de grupos de narcotraficantes. Rebeliões em prisões, ataques à imprensa, explosões de carros-bomba, a detenção temporária de cerca de 200 agentes penitenciários e policiais e várias mortes mantiveram o país sob terror.

Os homicídios no Equador aumentaram de seis por 100 mil pessoas em 2018 para um recorde de 47 por 100 mil em 2023. Mas, de acordo com o governo, graças a Noboa, a taxa de mortes violentas caiu 21% entre janeiro e julho deste ano.

Violência e desemprego

Praticamente um desconhecido na política, Noboa — que afirma ser de centro-esquerda — teve uma vitória eleitoral surpreendente e chegou ao poder em novembro passado para governar por 18 meses (até maio de 2025), substituindo o direitista Guillermo Lasso.

Anteriormente, ele havia sido congressista (2021-2023) de sua província costeira de Santa Elena (sudoeste) e empresário.

Noboa está concluindo o mandato inacabado de quatro anos de Lasso, que recorreu a um dispositivo constitucional para antecipar as eleições e evitar ser destituído pelo Congresso, de maioria oposicionista.

O atual presidente chegou ao poder com 52% dos votos válidos no segundo turno da eleição que disputou com a candidata pró-Correa, Luisa González.

Para 34% dos equatorianos, a insegurança e o crime são os principais problemas do país, à frente do desemprego (17%) e da crise econômica (11%), de acordo com a pesquisa Comunicaliza.

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