Já a oposição afirma que as tropas sírias continuam invadindo cidades e que sua repressão deixou 12 mortos nesta terça-feira (YouTube/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de abril de 2012 às 08h00.
Moscou - O ministro das Relações Exteriores sírio, Walid al Moualem, afirmou nesta terça-feira que o governo de Damasco já retirou tropas de algumas províncias do país, justo no dia em que expira o prazo para cumprir o plano de paz de Kofi Annan.
'Já retiramos certas unidades militares de algumas províncias sírias', assinalou Moualem em entrevista coletiva após consultas com seu colega russo, Sergei Lavrov.
Ao mesmo tempo, o chefe da diplomacia síria se queixou que este processo está sendo acompanhado de um 'constante aumento da atividade de grupos armados' em distintas regiões do país.
Por sua parte, Lavrov indicou que a parte síria lhe comunicou que começou a retirar tropas e armamento pesado das cidades do país.
Porém, ao mesmo tempo, o titular de Exteriores russo afirmou que Moscou exige de Damasco o 'cumprimento estrito dos compromissos assumidos' e instou o governo sírio a atuar 'mais ativamente e com mais decisão' no cumprimento do plano de Annan.
Lavrov destacou também que deve ser levado em consideração que praticamente toda a oposição síria se negou a aceitar o plano de paz do mediador internacional.
Ressaltou ainda a necessidade de enviar urgentemente uma missão de observadores da ONU para iniciar o plano de paz apresentado pelo mediador internacional.
'É um assunto de suma urgência', enfatizou Lavrov, para quem a crise síria se encontra em um 'momento crucial, não só para a Síria, mas para toda a região'.
Lavrov acrescentou que a Rússia está disposta a participar da missão de observação, à qual em uma primeira etapa - explicou - poderiam somar-se membros da missão de observadores da ONU desdobrada nas Colinas de Golã.
Seu colega sírio de fato condicionou o fim da violência à chegada da missão da ONU, ao afirmar que 'o cessar-fogo deve ocorrer simultaneamente com a chegada dos observadores internacionais'.
Ao mesmo tempo, Moualem salientou que Damasco quer ter certeza da imparcialidade dos novos observadores, em alusão a uma suposta falta de objetividade da missão da Liga Árabe que esteve na Síria.
*Matéria atualizada às 7h57