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Damasco anuncia acordo para restaurar abastecimento de água

Fontes da oposição, no entanto, negaram que haja qualquer pacto para voltar a oferecer água aos moradores da capital da Síria

Damasco: há mais de cinco anos a Síria enfrenta uma guerra civil que já matou mais de 300 mil (Reuters/Reuters)

Damasco: há mais de cinco anos a Síria enfrenta uma guerra civil que já matou mais de 300 mil (Reuters/Reuters)

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AFP

Publicado em 11 de janeiro de 2017 às 20h39.

O governo sírio chegou a um acordo para que o Exército entre em uma região próxima a Damasco controlada pelos rebeldes para restabelecer o abastecimento de água na cidade, informou o governador provincial nesta quarta-feira.

Fontes da oposição negaram que haja qualquer pacto, embora um morador da região de Wadi Barada tenha afirmado que centenas de civis estavam saindo da zona através de um acordo.

A agência oficial de notícias síria, Sana, também informou que algumas pessoas estavam abandonando a região, entre elas dezenas de combatentes.

O suposto acordo foi alcançado após semanas de combates na região, 15 quilômetros a noroeste de Damasco, que colocaram em risco a frágil trégua decretada em 30 de dezembro.

Os combates danificaram as infraestruturas e provocaram cortes de água para cerca de 5,5 milhões de pessoas na capital e em sua periferia, visto que a maior fonte de abastecimento de Damasco se encontra em Wadi Barada.

O governador provincial de Damasco, Alaa Ibrahim, declarou à Sana que se havia alcançado um acordo para permitir que o governo recupere o controle da região.

O acordo "prevê que os combatentes deponham suas armas pesadas e que os combatentes não locais deixem a área de Wadi Barada", disse.

"[Então] o exército árabe sírio entrará na área para limpá-la de minas e bombas e para preparar a entrada de equipes de manutenção (...) para consertar os danos causados nas bombas de água e nas tubulações pelos ataques terroristas", acrescentou.

Ahmed Ramadan, um funcionário da Coalizão Nacional da oposição, negou a existência de tal acordo, afirmando à AFP que a informação "faz parte da guerra psicológica" do regime e seus aliados.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos também afirmou que o governo não havia chegado a nenhum acordo com os rebeldes, mas informou que se estava facilitando zonas de passagem seguras para os residentes que queiram abandonar a zona.

Além disso, uma fonte de Wadi Barada afirmou na quarta-feira que cerca de 600 civis tinham saído da região.

A Sana informou que cerca de 500 pessoas tinham deixado a área, entre elas 60 rebeldes.

O governo sírio acusa os rebeldes de Wadi Barada, incluindo a Frente Fateh Al-Sham (antiga Frente Al-Nosra, ex-facção síria da Al-Qaeda), de ter cortado de propósito o abastecimento de água para a capital.

Já os rebeldes asseguram que os bombardeios do regime danificaram as bombas de água e negam que a Fateh Al-Sham esteja presente na região.

Os combates continuavam em Wadi Barada apesar do cessar-fogo apadrinhado pela Rússia, apoiadora do regime, e a Turquia, que respalda os rebeldes, no final de dezembro.

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