Mundo

Curva de coronavírus na Alemanha pode estar se estabilizando, diz saúde

País acreditar que medidas adotadas sobre isolamento social e higienização já estão fazendo efeito e estabilizando a curva de crescimento da covid-19

Saúde: agente de saúde demonstra como coletar material para teste do coronavírus, em Munique, na Alemanha (Andreas Gebert/Reuters)

Saúde: agente de saúde demonstra como coletar material para teste do coronavírus, em Munique, na Alemanha (Andreas Gebert/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 23 de março de 2020 às 15h23.

Última atualização em 23 de março de 2020 às 15h28.

Surgem sinais de que a curva exponencial ascendente de novas infecções de coronavírus na Alemanha está se estabilizando pela primeira vez graças às medidas de distanciamento social, disse o chefe do instituto de saúde pública do país nesta segunda-feira.

Os exames precoces de detecção do vírus na Alemanha ajudaram as autoridades de saúde e as restrições a aglomerações públicas no último final de semana parecem estar funcionando, disse Lothar Wieler, que comanda o Instituto Robert Koch.

"Estamos vendo sinais de que a curva de crescimento exponencial está se estabilizando ligeiramente", disse Wieler aos repórteres. "Mas só poderei confirmar esta tendência definitivamente na quarta-feira."

Ele disse acreditar que as medidas adotadas até agora no país, que incluem o fechamento de escolas, instruções para a higiene das mãos e alertas severos contra aglomerações públicas, já estão fazendo efeito.

Até domingo, havia 22.672 casos de coronavírus e 86 mortes na Alemanha, informou o Instituto Robert Koch de doenças infecciosas.

Cifras da provedora de dados particular Statista mostram que a taxa de mortalidade de somente 0,4% da Alemanha contrasta com as taxas muito mais altas de 9,2% na Itália, 7,8% no Irã e 6,1% na Espanha. A média de idade das pessoas infectadas com o vírus na Alemanha é de 45 anos.

O virologista Christian Drosten, do hospital Charité de Berlim, disse em uma entrevista concedida a um jornal no final de semana que a taxa de mortalidade mais baixa da Alemanha, quando comparada à da Itália, pode ser explicada em parte pelos exames generalizados.

"Suponho que muitos jovens italianos estão ou foram infectados sem nunca terem sido detectados", disse ele ao jornal Die Zeit. "Isto também explica a taxa de mortalidade supostamente mais alta do vírus lá."

Mas ele observou que chegará o momento em que a Alemanha não conseguirá fazer exames com tanta abrangência.

"Aí nossa taxa de mortalidade também subirá. Parecerá que o vírus se tornou mais perigoso, mas isso será um artefato estatístico, uma distorção. Simplesmente refletirá o que já está começando a acontecer: cada vez mais infecções estão passando despercebidas por nós".

Atualmente, a Alemanha tem 28 mil leitos de unidade de tratamento intensivo e almeja dobrar essa capacidade.

"De fato temos mais leitos, e talvez estejamos um pouco mais bem treinados", disse Drosten. "Mas, embora o tratamento intensivo seja bom na Alemanha, ainda não é suficiente".

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaCoronavírus

Mais de Mundo

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada

Kamala Harris diz que tem arma de fogo e que quem invadir sua casa será baleado