Membros das forças de segurança curda: curdos continuarão a frequentar o Parlamento (Ako Rasheed/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2014 às 12h14.
Bagdá - O bloco político curdo não participará mais do governo nacional do Iraque em protesto contra a acusação do primeiro-ministro Nuri al-Maliki de que o governo curdo estava abrigando insurgentes islâmicos em sua capital, disse o ministro de Relações Exteriores nesta sexta-feira. “Nós suspendemos nossos negócios no governo”, disse o ministro Hoshiyar Zebari, que é curdo.
Os curdos disseram na quinta-feira que cancelariam sua participação em reuniões de gabinete. Mas Zebari declarou à Reuters que os ministros curdos estavam agora suspendendo o seu envolvimento no dia a dia nos ministérios de Relações Exteriores, Comércio, Imigração e da Saúde, além do cargo de vice-premiê.
Zebari disse que os curdos continuarão a frequentar o Parlamento, eleito em 30 de abril e que está buscando formar um novo governo em meio a uma insurgência sunita que tomou o controle de parte do território no norte e oeste do Iraque.
Na quarta-feira Maliki declarou que os curdos estavam permitindo que insurgentes do Estado Islâmico (EIIL), uma ramificação da Al Qaeda, mantivessem bases em Arbil.
Zebari disse que o Iraque corre o risco de um colapso se um novo governo inclusivo não for formado em breve, já que “o país está agora dividido literalmente em três Estados: os curdos, o EIIL e Bagdá".
Ele instou os blocos políticos do Iraque a formarem um governo rapidamente. “Há a necessidade de todos os líderes trabalharem juntos e recriarem um novo Iraque, construírem um Iraque federal baseado nos princípios constitucionais".