Explosão em Kobani: cidade tem sido alvo de uma implacável ofensiva de militantes do Estado Islâmico há mais de um mês (AFP)
Da Redação
Publicado em 29 de outubro de 2014 às 09h58.
Sanliurfa/Beirute - Combatentes iraquianos peshmerga chegaram ao sudeste da Turquia nesta quarta-feira, a caminho da cidade síria de Kobani, para tentar ajudar companheiros curdos a derrubar o cerco feito pelo Estado Islâmico, que resiste aos ataques aéreos liderados pelos EUA.
Kobani, próxima à fronteira com a Turquia, tem sido alvo de uma implacável ofensiva de militantes do Estado Islâmico há mais de um mês e seu futuro é um teste para a capacidade da coalizão liderada pelos EUA de combater os insurgentes radicais sunitas.
Semanas de ataques aéreos sobre posições do Estado Islâmico nos arredores de Kobani, e as mortes de centenas de jihadistas, não foram o suficiente para quebrar o cerco. Curdos-sírios e seus aliados internacionais esperam que a chegada dos peshmerga, junto com suas armas mais pesadas, podem mudar o cenário.
Um avião da Turkish Airlines tocou o solo da cidade de Sanliurfa, no sudeste turco, na madrugada (horário local), em meio a forte esquema de segurança, disse uma testemunha da Reuters. Um comboio de ônibus brancos escoltado por veículos blindados e carros da polícia deixou o aeroporto pouco após.
“Eles estarão em nossa cidade hoje”, disse Adham Basho, membro do Conselho Nacional Curdo Síria de Kobani, sobre os peshmerga, confirmando que um grupo com entre 90 e 100 combatentes havia chega a Sanliurfa. Um outro grupo de peshmergas está viajando para a região fronteiriça turca por terra com armamentos mais pesados.
Um canal curdo de televisão mostrou um vídeo com o que disse ser um comboio peshmerga de veículos carregados com armas a caminho de Kobani.
Saleh Moslem, co-presidente do Partido da União Democrática Curdo-Síria (PYD), disse que os peshmerga devem entrar em Kobani, conhecida em árabe como Ayn al-Arab, na noite de quarta-feira (horário local) e que eles levariam armamento pesado com eles.
“É principalmente artilharia ou armas antitanques e antiblindados”, disse ele, acrescentando que o equipamento deve ajudar combatentes curdo-sírios a repelir insurgentes do Estado Islâmico que têm utilizado veículos blindados capturados em ofensivas anteriores.
O Estado Islâmico causou alarme internacional após ter capturado grandes faixas territoriais no Iraque e na Síria, declarando um “califado" islâmico e ignorando as fronteiras entre os dois países, além de massacrar e expulsar muçulmanos xiitas, cristãos e outras comunidades que não compartilham suas crenças radicais do Islã sunita.