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Curdos freiam EI em Kobane; Obama consulta aliados

Jihadistas do Estado Islâmico foram freados em sua ofensiva na cidade síria de Kobane, onde as forças curdas recuperaram duas posições

Curdos observam do lado turco da fronteira batalha de Kobane (Aris Messinis/AFP)

Curdos observam do lado turco da fronteira batalha de Kobane (Aris Messinis/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2014 às 12h33.

Mursitpinar - Os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) foram freados em sua ofensiva na cidade síria de Kobane, onde as forças curdas recuperaram duas posições, enquanto no Iraque o exército repeliu um ataque contra uma grande cidade no oeste do país.

Sinal da crescente preocupação nos países ocidentais, uma vídeo-conferência está programada para esta tarde entre o presidente americano Barack Obama e líderes europeus, incluindo o britânico David Cameron, o francês François Hollande e a alemã Angela Merkel.

Esses líderes devem discutir a estratégia da coalizão internacional, enquanto a sua campanha de ataques aéreos não impediu os avanços do EI na Síria e no Iraque nas últimas semanas.

Apesar de se declarar muito preocupado com Kobane, Obama assegurou na terça-feira que a sua estratégia está funcionando e que será uma operação em longo prazo.

Nas últimos 48 horas, a coalizão aumentou o número de ataques contra posições do EI em Kobane, conseguindo retardar a progressão dos jihadistas que alcançaram na segunda-feira o centro da cidade.

"A coalizão está atingindo diretamente o EI na linha de frente" para forçar os jihadistas a abandonar as suas posições, indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

A ONG relatou que combatentes das Unidades de Proteção do Povo (YPG), a milícia curda que defende a cidade, tinham retomado nesta quarta-feira duas posições no norte, perto de seu quartel-general tomado pelo EI na sexta-feira.

O grupo ultrarradical sunita recebeu recentemente reforços para lidar com a feroz resistência de homens e mulheres das YPG, que reafirmaram sua determinação em lutar "até o última" para "salvar" a terceira cidade curda da Síria.

Em maior número e com armas superiores, os jihadistas controlam cerca de 50% de Kobane e procuram isolá-la bloqueando completamente no norte o acesso dos curdos à Turquia, até agora sem sucesso.

Desde o início, em 16 de setembro, da ofensiva jihadistas em Kobane, cerca de 600 pessoas, em sua maioria combatentes, morreram, segundo o OSDH. Outros 70 civis caíram nas mãos do EI, e mais de 300.000 conseguiram fugir, entre eles mais de 200.000 para a Turquia.

A ONU teme um "massacre" em Kobane, onde centenas de civis continuam presos, em caso de queda desta cidade que se tornou, no mundo inteiro, símbolo da resistência ao EI.

Combates no oeste do Iraque

No vizinho Iraque, o exército iraquiano, auxiliado por tribos, repeliu um ataque do EI lançado antes do amanhecer contra Ramadi, capital da província de Al-Anbar.

A província, de maioria sunita, tornou-se um dos principais alvos dos jihadistas, que querem assumir o controle das zonas que ainda escapam a seu poder. Eles controlam 85%, de acordo com um alto funcionário da província.

"Em Al-Anbar, a batalha é feroz face aos jihadistas que se locomovem livremente", admitiu um porta-voz do Departamento americano da Defesa, o coronel Steven Warren.

O EI reforçou nos últimos dias o bloqueio em torno de Amriyat al-Falluja, um dos últimos redutos do exército em Al-Anbar, agora praticamente em estado de sítio.

Após a chegada de reforços do exército, "estamos à espera de ordens (...) para lançar um contra-ataque e levantar o cerco da cidade dos três lados", indicou o chefe ae polícia de Amriyat Al-Falluja, Aref al-Janabi.

As apostas são altas, porque se a cidade cair, "a batalha vai se deslocar para os arredores de Bagdá e Karbala", a cidade santa xiita ao sul de Bagdá, segundo um funcionário local.

Antes de chegar a Bagdá, os jihadistas terão ainda que capturar uma grande extensão de território.

Haverá derrotas

Obama advertiu na terça-feira que a campanha contra o EI levaria tempo e que haveria derrotas.

Ele se expressou após uma reunião com os líderes militares dos 22 países-membros da coalizão que se reuniram em Washington pela primeira vez desde o início da guerra contra o EI.

Os países da coalizão querem um maior envolvimento da Turquia, incluindo a permissão para o uso de suas bases por aviões americanos. Mas Ancara está relutante em ajudar os curdos em Kobane, enquanto a Força Aérea turca bombardeou na segunda-feira posições do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

Além disso, o governo turco apresentou nesta quarta-feira um projeto de lei para reforçar os poderes das forças de segurança após as recentes manifestações pró-curdos e contra a política de Ancara a respeito da Síria, protestos que terminaram com mais de 30 mortos.

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