Cúpula da Organização para a Cooperação de Xangai reuniu ministros de Defesa de Irã, Rússia, China e mais 7 países membros ( Ministério da Defesa da Rússia / AFP)
Agência de notícias
Publicado em 26 de junho de 2025 às 10h36.
A China recebeu nesta quinta-feira, 26, os ministros da Defesa do Irã, da Rússia e de outros países aliados em um momento de “mudanças cruciais” no cenário internacional, com múltiplas guerras no Oriente Médio e o aumento dos gastos militares decidido pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
O gigante asiático organiza na cidade portuária de Qingdao, no Leste do país, uma cúpula da Organização para a Cooperação de Xangai, um fórum intergovernamental com dez membros, que Pequim apresenta como um contrapeso aos blocos ocidentais.
Diante de seus pares da Rússia, Irã, Paquistão e Bielorrússia, o ministro da Defesa chinês, Dong Jun, descreveu a cúpula em Qingdao como um fator de equilíbrio diante de um mundo “em caos e instabilidade”.
“À medida que se aceleram as mudanças cruciais do século, o unilateralismo e o protecionismo estão em ascensão”, declarou Dong, segundo citações divulgadas pela agência estatal Xinhua.
“Os atos hegemônicos, dominadores e intimidatórios minam gravemente a ordem internacional”, advertiu Dong, que convidou seus parceiros a “tomar medidas mais firmes para salvaguardar conjuntamente o ambiente para um desenvolvimento pacífico”.
O encontro nesta cidade com uma importante base naval chinesa ocorre em meio a um frágil cessar-fogo na guerra de 12 dias travada entre Irã e Israel.
Também ocorre após uma cúpula em Haia com líderes da Otan, que decidiram elevar os gastos em defesa para atender às exigências do presidente norte-americano, Donald Trump.
A reunião em Qingdao permitiu um encontro separado entre Dong e o ministro russo da Defesa, Andrei Beloussov, que celebrou os laços “de um nível elevado sem precedentes” entre os dois países.
“As relações amistosas entre nossos países mantêm uma tendência ascendente de desenvolvimento em todas as direções”, afirmou Beloussov.
A China se apresenta como um ator neutro na guerra iniciada pela Rússia contra a Ucrânia, mas os governos ocidentais criticam que ela tem oferecido apoio diplomático e econômico crucial a Moscou.